A fruticultura Paraense é constantemente ameaçada por vários problemas de
ordem fitossanitária, estando entre as principais pragas desse setor alguns insetos
pertencentes à família Tephritidae (Insecta: Diptera). No entanto, apesar da importância
econômica desses tefritídeos, informações sobre a bioecologia desses insetos em algumas
regiões localizadas no bioma amazônico ainda são escassas. Objetivou-se realizar
prospecção sobre a biodiversidade das moscas-das-frutas e dos seus parasitoides na
microrregião do baixo Tocantins, com coletas passivas e ativas em quintais agroflorestais
localizados no município de Cametá, Pará, Brasil. Na coleta passiva, foram utilizadas
armadilhas modelo McPhail, que foram instaladas a 1.5m de altura e utilizavam como
atrativo proteína hidrolisada de milho, já a coleta ativa foi realizada por meio de fruto de
goiaba, taperebá e carambola, que foram coletados e acondicionados em recipiente e
ambiente apropriados para obtenção das pupas de moscas-das-fruta e posteriormente dos
seus parasitoides. Após a triagem as fêmeas de Anastrepha Schiner (Diptera:
Tephritidae), assim como os himenópteros parasitoides foram etiquetados e
posteriormente enviados para identificação taxonômica no Instituto Biológico (IB).
Foram determinadas a riqueza, abundância e flutuação populacional, além da modelagem
de nicho para as espécies com novos relatos para a região. Quanto aos parasitoides foram
analisados a riqueza abundância e influência dos frutos hospedeiros no índice de
parasitismo. Dentre as espécies encontradas nesse estudo, destacamos as moscas
Anastrepha zacharyi Norrbom, que foi relatada pela primeira vez no estado do Pará,
Brasil, sendo essa espécie possivelmente endêmica da região amazônica. Quanto a
comunidade de tefritídeos associada aos quintais agroflorestais, encontramos seguintes
espécies; A. obliqua, A. distincta, A. striata, A. sodalis, A. leptozona e A. serpentina,
sendo a flutuação populacional desses insetos influenciadas pela disponibilidade de
hospedeiros. Foram registradas quatro espécies de parasitoides nesse estudo;
Doryctobracon areolatus (Szépligeti); Opius bellus Gahan; Utetes anastrephae
(Viereck); Asobara anastrephae (Muesebeck), sendo o primeiro o mais abundante.
Dentre os furtos coletados o Taperebá - Spondias mombin, foi o que proporcionou o maior
índice de parasitismo e a Carambola - Averrhoa carambola a menor
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