Dissertação

Caracterização do potencial madeireiro de uma floresta intensamente explorada no sudeste paraense.

A Amazônia é o maior remanescente de floresta tropical úmida da terra, representando cerca de 40% de florestas tropicais do mundo, por isso, tem papel estratégico na preservação, manutenção e conservação da biodiversidade. A exploração de madeira provoca distúrbios na sua estrutura horizontal e comp...

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Autor principal: MACHADO, Helton Bastos
Grau: Dissertação
Idioma: pt_BR
Publicado em: UFRA - Campus Belém/EMBRAPA 2021
Assuntos:
Acesso em linha: http://repositorio.ufra.edu.br/jspui/handle/123456789/1484
Resumo:
A Amazônia é o maior remanescente de floresta tropical úmida da terra, representando cerca de 40% de florestas tropicais do mundo, por isso, tem papel estratégico na preservação, manutenção e conservação da biodiversidade. A exploração de madeira provoca distúrbios na sua estrutura horizontal e composição florística. A exploração, de florestas naturais antropizadas, causa redução do estoque aproveitável das espécies comerciais para futuras explorações. A denominação aqui usada, floresta antropizada, equivale ao termo da literatura de florestas degradadas. As florestas degradadas, sofreram uma redução do dossel, sem alteração no uso da terra e na cobertura florestal remanescente, proporcionando o crescimento das espécies florestais. A principal fonte de degradação é decorrente da exploração excessiva dos recursos florestais madeireiros. O objetivo deste trabalho é caracterizar o potencial madeireiro por meio de parâmetros dendrométricos de uma floresta degradada no sudeste paraense. A área de estudo está localizada no Município de Dom Eliseu, Sudeste Paraense. Onde foram inventariadas 50 parcelas permanentes. Foram obtidos os parâmetros fitossociológicos, índices de diversidade e similaridade, dinâmica florestal, classificação das espécies por grupos ecológicos e densidade básica da madeira. Foram inventariados 15.959 indivíduos com DAP ≥ 5 cm sendo identificadas 382 espécies. 57,33% das espécies pertencem ao grupo ecológico das tolerantes à sombra e 39,01% pertencem ao das intolerantes à sombra e 3,66% não puderam ser classificadas. A área de estudo apresentou elevada diversidade (H’ = 4,62) e de equabilidade de 0,78 para os indivíduos com DAP ≥ 5 cm. A distribuição diamétrica demonstrou uma concentração de 54,28% dos indivíduos na classe diamétrica de 5 a 10 cm, 44,59% nas classes de 10 a 50 cm e apenas 1,13% nas classes acima de 50 cm de DAP. O IVI é fundamental para o estudo quantitativo da composição florística, estrutura, funcionamento, dinâmica, distribuição e relações ambientais da comunidade vegetal. As espécies que apresentaram maior IVI foram Cecropia distachya, Schizolobium parahyba var. amazonicum, Sagotia racemosa, Inga alba e Protium altsonii. Durante o período de monitoramento foi registrada uma taxa de ingresso de 3,8%, onde as espécies Inga ssp e Sagotia racemosa apresentaram maior taxa de ingresso. A taxa de mortalidade observada foi de 5,5%, onde as espécies Cecropia distachya e Inga ssp apresentaram maior mortalidade. A taxa de mortalidade maior que a de ingresso, indica um balanço negativo na dinâmica da floresta. O IPA em área basal foi de 0,85 m².ha-1.ano-1 e em volume foi de 2,60 m³.ha-1.ano-1, o que demonstra que florestas tropicais podem crescer acima do valor indicado pela legislação. O valor médio de densidade básica encontrado para as espécies inventariadas foi de 0,648 g.cm-3, sendo a densidade da madeira um parâmetro importante na definição tecnológica e uso comercial e excelente indicador para determinar a qualidade da madeira. A análise dos IPA’s demonstrou que florestas degradadas apresentam potencial madeireiro, com muitas espécies com madeiras de densidade média e pesada.