Dissertação

Ecofisiologia, crescimento e bioquímica de Clusia grandiflora Splitg, submetidas a anoxia.

A inundação do solo promove um dos estresses abióticos mais frequentes, a que são submetidas algumas plantas, e que podem interferir na qualidade dos ecossistemas, como a floresta Amazônica que sobrevive a partir de seu próprio material orgânico, e seu delicado equilíbrio é extremamente sensível a q...

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Autor principal: FERREIRA, Alexandre de Moraes
Grau: Dissertação
Idioma: pt_BR
Publicado em: UFRA/Campus Belém 2022
Assuntos:
Acesso em linha: http://repositorio.ufra.edu.br/jspui/handle/123456789/1781
Resumo:
A inundação do solo promove um dos estresses abióticos mais frequentes, a que são submetidas algumas plantas, e que podem interferir na qualidade dos ecossistemas, como a floresta Amazônica que sobrevive a partir de seu próprio material orgânico, e seu delicado equilíbrio é extremamente sensível a quaisquer interferências. Clusia grandiflora Splitz. é uma espécie arbórea ereta pioneira perene, de ocorrência principalmente no bioma restinga na Amazônia. O objetivo desse trabalho foi determinar alguns dos mecanismos ecofisiológicos e bioquímicos de tolerância ao estresse por alagamento no solo. O experimento foi conduzido em casa de vegetação da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) localizada em Belém- Pará, de janeiro a julho de 2014, quando foram utilizadas mudas de Clusia grandiflora Splitz. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com esquematização 2 x 5 x 5: duas condições hídricas - controle “C” e alagamento das raízes “A" x cinco períodos de avaliação - 0, 7, 14, 21 e 28 dias x 5 repetições controle e alagado, totalizando 50 unidades. As plantas alagadas foram envolvidas por um vaso de maior volume, mantidas com lamina d’água de 5 cm do coleto. Os dados foram submetidos a analise de variância (ANOVA), as médias comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5%, os gráficos elaborados pelo programa Sigma Plot 12.5. O potencial hídrico do antemanhã (ψam), potencial hídrico do xilema foliar (ψx), conteúdo relativo de água (CRA), condutividade hidráulica (KL), e défict de pressão de vapor folha-ar (DPVf-a) reduziram conforme foi aumentando o tempo de estresse nas plantas; fotossíntese (A), condutância estomática (GS), transpiração (E) e resistência estomática (Rs) apresentaram diminuição nas plantas estressadas, apresentando reduções mais pronunciadas no 21º e no 28º dia. Houve significativo decréscimo de crescimento em altura (HC), numero de folhas (NR), comprimento de raízes (CR), área foliar (AF) no alagamento, e decréscimo não significativo nos diâmetros dos caules, por outro lado, ocorreu significativo aumento de comprimento de raízes adventícias (CRa), diâmetro das raízes adventícias (DRa) e formação de lenticelas hipertróficas (ALh) nas plantas alagadas. As massas secas da raiz (MSR), do caule (MSC), das folhas (MSF) e total (MST) apresentaram redução nas plantas alagadas. O alagamento induziu o aumento nas concentrações de amônio (CAL), sacarose (SA), prolina (PRO) e glicina betaína (GB), assim como nos teores de aminoácidos solúveis totais (AST), carboidratos solúveis totais (CST), tanto nas folhas, quanto nas raízes, por outro lado provocou redução nas concentrações de nitrato (CN), da glutamina sintetase (GS), das concetrações de amido (CA), e das proteínas solúveis totais (PST) nos tecidos foliares e das raízes. As plantas alagadas apresentaram correlação significativa direta e indireta entre as variáveis fisiológicas e variáveis bioquímicas, e entre as variáveis bioquímicas entre si. Os indicadores de crescimento, biomassa, fisiológicos e bioquímicos observados se mostraram eficientes para avaliar o estado geral e metabólico das plantas. O acúmulo de AST, PRO, GB, LDH, ADH, SA e CST nas folha e na raiz, e a translocação de CA da folha para raiz resultantes da intensidade do alagamento contribuíram para o ajustamento metabólico da planta, todavia, não foram capazes de impedir a redução na produção de massa seca. Todas as plantas sobreviveram ao experimento, no entanto, as estressadas provavelmente supriram a falta de oxigênio das raízes pela formação de raízes adventícias, lenticelas hipertróficas, e rachaduras caulinares. C gradiflora se mostrou promissora para ser utilizada como planta pioneira no reflorestamento de áreas degradadas.