Dissertação

Características geoquímicas do fósforo e suas especiações químicas nos sedimentos do furo do Muriá (região amazônica, Brasil).

O Furo do Muriá está inserido na Região Hidrográfica da Bacia do Atlântico Nordeste Ocidental. A área de estudo é um "Furo", uma denominação regional que consiste em um canal ou acidente hidrográfico o qual faz a conexão entre lagos, um rio a um lago ou um rio a ele mesmo, sendo, nesse último...

ver descrição completa

Autor principal: SOUSA, Ana Carolina Santa Rosa
Grau: Dissertação
Idioma: pt_BR
Publicado em: UFRA/Campus Belém 2023
Assuntos:
Acesso em linha: http://repositorio.ufra.edu.br/jspui/handle/123456789/1845
Resumo:
O Furo do Muriá está inserido na Região Hidrográfica da Bacia do Atlântico Nordeste Ocidental. A área de estudo é um "Furo", uma denominação regional que consiste em um canal ou acidente hidrográfico o qual faz a conexão entre lagos, um rio a um lago ou um rio a ele mesmo, sendo, nesse último caso, fora da planície aluvial. A importância de estuários como o Furo do Muriá, ou também chamado de Furo Maripanema, está em estes ambientes possuírem grandes utilidades à sociedade, tanto em atividades econômicas como à pesca e à navegação, quanto recreativas. Dentre os nutrientes carreados para os estuários, o fósforo é um elemento associado à matéria orgânica que tem grande potencial de adsorção nos sedimentos das zonas estuarinas. Dessa forma, este estudo objetiva determinar a distribuição espacial e sazonal das concentrações das espécies químicas: fósforo inorgânico não apatítico (PINA), fósforo apatítico (PA), fósforo inorgânico (PI), fósforo orgânico (PO), fósforo total (PT), da matéria orgânica, e da granulometria dos sedimentos superficiais do Furo do Muriá, no município de Curuçá, a fim de avaliar a distribuição dessas variáveis ambientais na área de estudo e identificar se este ambiente sedimentar representa um potencial depósito de fósforo para a região. As amostras de sedimento foram coletadas com o uso de uma draga do tipo Ekman-Birge em 14 pontos do Furo do Muriá nos meses de março, junho, setembro e dezembro de 2015. Em cada mês foram coletadas 14 amostras, totalizando 56 amostras. No laboratório, as amostras foram processadas em triplicatas e os resultados expressos em µg.g-1 de fósforo, onde o teor de matéria orgânica (MO) foi obtido por gravimetria, as espécies de fósforo pelo método de Wiliams (1976), o fósforo total por soma de todas as frações, e a granulometria pelo método clássico de Suguio (1973). As concentrações de fósforo variaram de 164,54 a 280,32 µg.g-1 para o PINA, de 63,02 a 102,80 µg.g-1 para o PA, de 227,21 a 378,61 µg.g-1 para o PI, de 30,33 a 135,88 µg.g-1 para o PO e de 257,54 a 507,73 µg.g-1 para PT, onde 88% de PT é constituído por PI. Os resultados estatísticos demonstraram que a sazonalidade não foi fator preponderante a influenciar às concentrações de fósforo. Considerando a classificação de condições para os sedimentos do estuário, afirma-se que as concentrações de fósforo total encontradas ainda não representam riscos de deterioração ambiental.