Tese

Fertilidade do solo em sistemas agroflorestais com palma de óleo na Amazônia.

A palma de Óleo (Elaeis guineensis Jacq.) È uma palmeira oleaginosa amplamente cultivada em regiões tropicais e de grande importância econômica, comumente utilizada nas indústrias de alimentos, cosméticos e biocombustível. O cultivo dessa palmeira na Amazônia tem sido realizado, em sua grande maiori...

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Autor principal: COSTA, Lucélia Rosa de Jesus
Grau: Tese
Idioma: pt_BR
Publicado em: UFRA/Campus Belém 2023
Assuntos:
Acesso em linha: http://repositorio.ufra.edu.br/jspui/handle/123456789/1953
Resumo:
A palma de Óleo (Elaeis guineensis Jacq.) È uma palmeira oleaginosa amplamente cultivada em regiões tropicais e de grande importância econômica, comumente utilizada nas indústrias de alimentos, cosméticos e biocombustível. O cultivo dessa palmeira na Amazônia tem sido realizado, em sua grande maioria, nos moldes convencionais (monocultivo). Contudo, o uso intensivo dessa prática pode acarretar a degradação, biológica, física e química do solo. Sistemas agroflorestais (SAF) com palma de Óleo associados a práticas de manejo conservacionistas tem sido propostos como alternativa mais sustentável ao monocultivo. O objetivo do estudo foi avaliar se os sistemas agroflorestais com palma de Óleo e as práticas de manejo afetam a fertilidade do solo. O estudo foi conduzido no município de Tomé-Açu, Pará, em três Sítios experimentais (Sítios 1, 2 e 3) do projeto SAF-Dendê. Em cada Sítio havia dois tipos de sistemas agroflorestais com palma de Óleo: 1) SAF menos biodiverso (palma de Óleo + leguminosas); e 2) SAF mais biodiverso (palma de Óleo + espécies frutíferas e madeireiras). No Sítio 2, foi selecionado um fragmento de floresta secundária como área referência (FLO) para comparação da fertilidade do solo com os SAFs. Em cada sistema foram estabelecidas ao acaso quatro parcelas. Nos SAFs, a coleta de amostras de solos nas camadas 0-5, 5-10, 10-20, 20-30, 30-50, 50-70 e 70-100 cm foram realizadas em locais específicos dentro de cada parcela (zonas de manejo): coroamento (ACP), carreador (CAR), empilhamento (PIL) e faixa diversificada (DIV). Na floresta, demarcamos um ponto aleatório por parcela para a amostragem de solo nas mesmas camadas dos cultivos. Avaliamos os efeitos dos sistemas (SAFs e FLO) na camada arável (0-20 cm) e nas camadas ao longo do perfil do solo (0-5, 5-10, 10-20 e 20-30 cm) sobre os atributos químicos: acidez ativa (pH), cálcio (Ca), magnésio (Mg), potássio (K), fósforo (P), alumínio (Al), matéria orgânica (MO), acidez potencial (H+Al), capacidade de troca de cátions potencial (CTCpH 7), capacidade de troca de cátions efetiva (CTCe) saturação por alumínio (m%) e saturação por bases (V%). Também foi avaliada a variabilidade dos parâmetros de fertilidade das diferentes zonas de manejos nos SAFs até a camada 100 cm do solo. Em geral, a acidez nos solos cultivados foi estatisticamente menor em relação ao da floresta, tanto para camada arável quanto nas camadas estratificadas. Na camada 0-20, o pH foi aproximadamente 20% maior nos solos dos cultivos do que no da floresta. Os teores de nutrientes (Ca, Mg, K e P) no solo dos cultivos foram estatisticamente maiores do que no da floresta. Os aumentos foram de 290, 280, 80 e 800%, respectivamente. A V (%) foi em média 212% maior nos cultivos do que na floresta. As zonas de manejo ACP, DIV e PIL apresentaram em geral níveis de fertilidade semelhantes entre si quando comparado ao CAR, principalmente nas camadas superficiais. Calagem, adubações com fontes minerais e orgânicas e manutenção da matéria orgânica sobre solo podem contribuir para melhoria da fertilidade do solo em sistemas de cultivo de palma de Óleo. Portanto, nossos resultados sugerem que o cultivo de palma de Óleo em sistemas agroflorestais combinados à adoção de práticas conservacionistas pode contribuir para a manutenção da fertilidade do solo em níveis adequados para as espécies cultivadas nesses sistemas.