Dissertação

Uso do farelo de Ulva fasciata como ingrediente em dietas para larvas de tilápia-do-Nilo Oreochromis niloticus.

Produções aquícolas de peixes tropicais costumam apresentar altos índices de mortalidade na fase de larvicultura, pois as larvas apresentam estruturas anatômicas e fisiológicas ainda em formação. O manejo e a adoção de tecnologia inapropriada podem comprometer o rendimento das demais fases do ciclo,...

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Autor principal: PEREIRA, Marcelo Menezes de Britto
Grau: Dissertação
Idioma: pt_BR
Publicado em: UFRA / Campus Belém 2023
Assuntos:
Acesso em linha: http://repositorio.ufra.edu.br/jspui/handle/123456789/1971
Resumo:
Produções aquícolas de peixes tropicais costumam apresentar altos índices de mortalidade na fase de larvicultura, pois as larvas apresentam estruturas anatômicas e fisiológicas ainda em formação. O manejo e a adoção de tecnologia inapropriada podem comprometer o rendimento das demais fases do ciclo, reduzindo a produtividade devido às perdas no plantel e resultando em quantidade de juvenis menor que a planejada. Além disso, uma larvicultura ineficaz tende a gerar animais de baixa qualidade, com menores taxas de crescimento e mais susceptíveis a doenças. Em contraponto, um manejo alimentar adequado, com dietas balanceadas, pode levar a uma melhoria na produção dessas espécies, em termos qualitativos e quantitativos. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos da inclusão do farelo de alga seca triturada da espécie Ulva fasciata como ingrediente em dietas formuladas durante a larvicultura da tilápia-do-Nilo Oreochromis niloticus e, posteriormente, verificar a sobrevivência e as respostas sanguíneas dos animais quando submetidos a situações de estresse, no caso, exposição ao ar e choque osmótico. O experimento foi dividido em duas fases (I e II) e teve duração total de 75 dias. O estudo foi realizado em delineamento inteiramente casualizado, com seis tratamentos, níveis de inclusão do ingrediente U. fasciata seca e triturada nas proporções de 0, 2,5%, 5%, 7,5%, 10% e 12,5%. Ao final de ambas as fases não houve diferença estatística para a sobrevivência. Ao final da Fase 1 (primeiros 30 dias de alimentação exógena), o aumento do nível de inclusão do farelo de U. faciata proporcionou uma diminuição no desempenho das larvas. Na Fase 2 não houve diferença estatística para os parâmetros de desempenho avaliados e o fator de condição; com exceção da TCE, que foi maior nos juvenis alimentados com as dietas contendo de 7,5 a 12,5% de inclusão do farelo de U. fasciata, em comparação aos tratamentos que receberam as dietas contendo 0 e 2,5%. As dietas contendo os maiores níveis de inclusão de U. fasciata proporcionaram os maiores níveis de glicose sanguínea em comparação aos demais tratamentos. Nos testes de estresse, os juvenis apresentaram aumento dos níveis de glicose logo após o estresse, e esses níveis retornaram aos valores basais 24h após os testes. A inclusão de 5% do farelo de U. fasciata levou a um menor aumento no nível de glicose sanguínea após a avaliação de exposição ao ar. Ainda, a mortalidade foi superior após 96 h no tratamento em que os peixes receberam 12,5% do farelo de U. fasciata. As médias de proteína e matéria mineral da análise corporal foram semelhantes entre os tratamentos. A concentração de umidade e lipídeos foram diferentes e inversamente proporcionais entre os tratamentos. Considerando as Fases 1 e 2 do experimento, pode-se recomendar a inclusão de 2.5% em sua formulação, sem prejuízos para o desempenho, sem alterações nos níveis de glicose sanguínea e com boa resposta ao desafio por estresse aéreo. Níveis superiores de inclusão devem ser avaliados mais profundamente no futuro, pois há indícios de uma possível modulação da resposta glicêmica à situação de estresse.