Tese

Abordagem one health para vigil?ncia de arbovirus na Mata Atl?ntica do sul da Bahia, Brasil

Ao menos cinco epidemias causadas por arbov?rus (V?rus da Febre Amarela, V?rus Dengue, V?rus Febre do Nilo Ocidental, V?rus Chikungunya e V?rus Zika) t?m surgido nos ?ltimos s?culos. Muitos outros arbov?rus s?o zoon?ticos, infectando artr?podes e animais selvagens em seus habitats silvestres, bem co...

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Autor principal: Catenacci, Lilian Silva
Grau: Tese
Idioma: por
Publicado em: 2018
Assuntos:
Acesso em linha: http://patua.iec.gov.br//handle/iec/3073
Resumo:
Ao menos cinco epidemias causadas por arbov?rus (V?rus da Febre Amarela, V?rus Dengue, V?rus Febre do Nilo Ocidental, V?rus Chikungunya e V?rus Zika) t?m surgido nos ?ltimos s?culos. Muitos outros arbov?rus s?o zoon?ticos, infectando artr?podes e animais selvagens em seus habitats silvestres, bem como humanos, acidentalmente. Com a intensifica??o da agricultura, pecu?ria, desmatamento, mobilidade de pessoas e densidade humana, o padr?o de intera??o v?rus-vetor-hospedeiro tamb?m tem sido alterado. Neste estudo, monitoramos artr?podes, animais e popula??es humanas para avaliar o risco de arboviroses em ?reas rurais entremeadas por fragmentos da Mata Atl?ntica na Bahia, Brasil. Entre 2006 e 2014, coletamos 196 amostras de sangue de primatas de vida livre (Leontopithecus chrysomelas e Sapajus xanthosthernos) e 47 amostras de pregui?as (Bradypus torquatus e Bradypus variegatus). Al?m disso, fezes de micos-le?es foram coletadas para testes coproparasitol?gicos. Nos mesmos locais onde mam?feros foram amostrados, investigamos potenciais vetores de arboviroses com capturadores e armadilhas de CDC. Finalmente, em 2014, foram coletados sangue de 523 pessoas de 11 comunidades que viviam perto dos locais onde os animais silvestres eram monitorados. Embora saud?veis, micos estavam parasitados com nemat?deos e/ou cest?deos. Al?m disso, durante necropsia de um Leontopithecus encontrado morto, identificamos o acantoc?falo Prosternochis elegans. A coleta de sangue em pregui?a-de-coleira gerou os primeiros valores hematol?gicos para esta esp?cie, que poder? ser ?til em avalia??es de sa?de. Anticorpos contra 26 arbov?rus pertencentes a quatro g?neros (Flavivirus, Alphavirus, Orthobunyavirus e Phlebovirus) foram investigados. A preval?ncia de anticorpos contra arbov?rus em mam?feros selvagens foi de 26,8%, sendo maior para B. torquatus (41%), seguido de L. chrysomelas (25,4%), S. xanthosthernos (14,3%) e B. variegatus (14,3%). Usando modelos lineares generalizados, descobrimos que a exposi??o n?o estava associada ao sexo ou idade, mas foi maior em pregui?as do que micos-le?es. Em humanos, a preval?ncia foi de 70,3%. Entre os g?neros, Flavivirus apresentou a maior preval?ncia tanto para animais (21,1%) como pessoas (69,8%). Os animais silvestres e pessoas foram expostos a 13 e cinco esp?cies de arbov?rus, respectivamente, quatro dos quais foram comuns em ambos os hospedeiros (ILHV, DENV-3, EEEV, CARV). Atrav?s de regress?es log?sticas, constatamos que devido pessoas viverem perto de fragmentos de floresta e com macacos de vida livre em torno das ?reas diminuiu o risco de infec??o. Isso pode ser explicado pelo efeito de dilui??o, onde aumento da biodiversidade tende a diluir intera??es parasita-hospedeiro-ambiente-vetor e consequentemente, risco de doen?as. Finalmente, nossa pesquisa identificou 49 artr?podes, sendo culic?deos com maior abund?ncia e riqueza. Teste de RT-PCR com primers g?nero-espec?ficos foram utilizados para detec??o viral em artr?podes. Seguido por sequenciamento, detectamos ROCV, MAYV, Kamiti river e Mosquitos flavivirus. A alta preval?ncia em mam?feros selvagens e humanos, juntamente com a presen?a de vetores infectados, sugerem circula??o e risco de transmiss?o de arbov?rus nas ?reas amostradas. O risco de exposi??o pode aumentar com desmatamento e contato entre pessoas, animais selvagens e vetores. Os resultados foram compartilhados com universidades, servi?os de sa?de e meio ambiente, zool?gicos e comunidade local. Este estudo apresenta uma iniciativa para integrar sa?de das pessoas, animais e meio ambiente em uma abordagem One Health.