O tracoma ? a principal causa infecciosa de cegueira no mundo e est? associado a prec?rias condi??es de vida nos pa?ses em desenvolvimento. O diagn?stico da doen?a ? baseado na avalia??o cl?nica. Entretanto, a confirma??o laboratorial ? necess?ria para a constata??o da circula??o do agente etiol?gico na comunidade. O objetivo do presente estudo foi avaliar a preval?ncia de tracoma em tr?s munic?pios do Arquip?lago de Maraj?, localizado no estado do Par?, nos anos de 2008 e 2016 e comparar um teste laboratorial com a metodologia qPCR em desenvolvimento. Em 2008, 2.054 escolares do sistema p?blico de ensino prim?rio da ?rea urbana da regi?o do Maraj? e seus comunicantes foram examinados clinicamente, apresentando uma preval?ncia de tracoma de 3,4% (69 casos), sendo mais frequente em crian?as entre seis e nove anos e no sexo feminino; entre os comunicantes, uma preval?ncia de 16,5% foi observada. Em 2016, foram examinados 1.502 escolares, onde foram diagnosticados tr?s casos de tracoma (preval?ncia de 0,2%), encontrados apenas no munic?pio de Soure (?rea end?mica). A presen?a de anticorpos contra o g?nero Chlamydia foi avaliada por imunofluoresc?ncia indireta (IFI), e os sorotipos foram determinados por microimunofluoresc?ncia (MIF). Os casos positivos observados durante a avalia??o cl?nica foram confirmados por testes laboratoriais de imunofluoresc?ncia direta (IFD). Para a compara??o entre os testes de diagn?stico para C. trachomatis foram utilizadas a imunofluoresc?ncia direta (IFD), como padr?o-ouro e a qPCR para a detec??o simult?nea do plasm?dio cr?ptico presente no genoma da bact?ria e a detec??o de rRNA 18S humano, utilizado como controle interno das rea??es. Foram testadas 62 crian?as investigadas com ou sem indicativo cl?nico de tracoma, 50 de ?rea end?mica (Maraj?, Par?) e 12 de ?rea n?o end?mica (Curitiba, Paran?), coletadas entre o per?odo de 2016 e 2017. Todas as amostras positivas na cl?nica e na IFD foram detectadas pela qPCR, conferindo uma sensibilidade de 100% nas amostras testadas. Entretanto, algumas amostras s?o consideradas negativas devido ao baixo n?mero de EB (<5). Estas amostras tamb?m foram detectadas pela qPCR. Os resultados do presente estudo mostraram que, em 2008, o tracoma apresentou baixa preval?ncia em escolares da ?rea urbana do Arquip?lago de Maraj?; oito anos ap?s a primeira avalia??o e a introdu??o de medidas de controle e preven??o (estrat?gia SAFE), houve uma redu??o dr?stica no n?mero de casos. A necessidade de monitoramento constante e medidas efetivas para a elimina??o do tracoma e a detec??o de DNA bacteriano na infec??o ativa s?o de fundamental import?ncia, mostrando que a PCR em Tempo Real consegue identificar sinais da presen?a de C. trachomatis em mais amostras do que as outras t?cnicas, possibilitando um tratamento precoce.
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