A doen?a de Chagas ? uma doen?a de car?ter infeccioso que permanece como desafio ? sa?de p?blica notadamente na Amaz?nia brasileira, cujo potencial end?mico tem se desenhado ao longo de 40 anos desde os primeiros registros de casos aut?ctones. Descrita em duas fases cl?nicas, aguda e cr?nica, apenas a fase aguda ? considerada um agravo notific?vel compulsoriamente. Na fase cr?nica, a doen?a assume v?rias formas, incluindo a forma indeterminada e n?o notific?vel, portanto, ? invis?vel para os sistemas de vigil?ncia. Para a Amaz?nia brasileira, onde predomina a doen?a aguda, pouco tem se descrito sobre as infec??es assintom?ticas. O objetivo deste estudo foi analisar o perfil epidemiol?gico de indiv?duos assintom?ticos infectados pelo Trypanosoma cruzi, detectados durante a triagem de doadores de sangue. Trata-se de um estudo transversal de pacientes rastreados para infec??o por T. cruzi na Funda??o Centro de Hemoterapia do Par? (HEMOPA) e confirmados no servi?o cl?nico do Instituto Evandro Chagas (SOAMU/IEC), entre 2012 e 2017. Os participantes foram entrevistados com formul?rio pr?prio incluindo vari?veis epidemiol?gicas, socioecon?micas e demogr?ficas de interesse. A pesquisa foi aprovada pelo Comit? de ?tica em Pesquisa do IEC (n? 2.038.717). No per?odo entre 2012 a 2017, 534 indiv?duos com doen?a de Chagas foram diagnosticados no IEC e, dentre eles, 11% (n= 59) eram doadores de sangue com sorologia positiva para a infec??o chag?sica e foram eleg?veis para o estudo. Destes, 35 pacientes foram inclu?dos, com m?dia de idade 34 anos, sexo masculino predominante (60%), procedente da regi?o metropolitana de Bel?m do Par? (71,4%) de ?rea urbana (88,5%). Possuem, em sua maioria, ensino m?dio completo (54,2%) e renda mensal familiar de mais de um at? tr?s sal?rios m?nimos (74,2%). Quanto aos prov?veis fatores de transmiss?o do T. cruzi destacou- se: o consumo da polpa de a?a? (100%), bacaba (54,2%) e carne de ca?a (62,8%); presen?a de animais errantes (54.2%) e ac?mulo de mat?rias (34,2%) em domic?lio e ou peridomic?lio, associado ? prov?vel presen?a do inseto vetor; o n?o uso de m?todos de prote??o durante ato sexual (55,8%). O perfil ora descrito revela ?ndices subestimados de infec??o silenciosa em popula??o jovem para uma doen?a cuja magnitude de potencial evolutivo ainda se encontra indefinida.
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