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Artigo
As florestas de Belo Monte na grande curva do rio Xingu, Amazônia Oriental.
No intuito de se caracterizar a flora da região de Belo Monte ou Volta Grande do Xingu, efetuou-se uma análise da florística, fitossociologia, estrutura e etnobotânica nas fitofisionomias florestais na área de estudo que inclui os territórios de Altamira, Anapu, Senador José Porfírio e Vitória do...
Autor principal: | Salomão, Rafael de Paiva |
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Outros Autores: | Vieira, Ima Célia Guimarães, Suemitsu, Chieno, Rosa, Nelson de Araújo, Almeida, Samuel Soares de, Amaral, Dário Dantas do, Menezes, Moirah Paula Machado de |
Grau: | Artigo |
Idioma: | Portuguese |
Publicado em: |
Museu Paraense Emílio Goeldi
2010
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Assuntos: | |
Acesso em linha: |
http://repositorio.museu-goeldi.br/handle/mgoeldi/148 |
Resumo: |
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No intuito de se caracterizar a flora da região de Belo Monte ou Volta Grande do Xingu, efetuou-se uma análise da
florística, fitossociologia, estrutura e etnobotânica nas fitofisionomias florestais na área de estudo que inclui os territórios
de Altamira, Anapu, Senador José Porfírio e Vitória do Xingu, nas mesorregiões do baixo e médio Xingu, no estado do
Pará. Nas quatro fitofisionomias florestais majoritárias (floresta ombrófila densa, floresta ombrófila aluvial, floresta ombrófila
aberta com palmeira, floresta ombrófila aberta com cipó e palmeira), foram lançadas parcelas de estudos que abrangeram
uma área total de 24,3 ha. Foram amostrados indivíduos em três categorias de diâmetros minímos de inclusão: DAP ≥
a 5, 10 e 30 cm. Registrou-se um total de 13.790 indivíduos compreendendo 662 espécies, distribuídas em 65 famílias
botânicas. Comparando-se as fitofisionomias estudadas, concluiu-se que a floresta ombrófila densa tem a maior riqueza
de espécies (433), seguindo-se a floresta ombrófila aberta com cipó e palmeira (264), a floresta ombrófila aluvial (203)
e a floresta ombrófila aberta com palmeira (140). Com relação às espécies raras, a floresta ombrófila densa apresentou
o maior número (141), em contraposição à floresta ombrófila aberta com palmeira, que apresentou o menor (63).
Caesalpiniaceae foi a família que apresentou o maior índice de valor de importância (IVIF) e de cobertura (IVCF) em todas
as fitofisionomias estudadas, à exceção da floresta ombrófila aberta com cipó e palmeira (Lecythidaceae). Alexa grandiflora
e Voucapoua americana foram as espécies de maiores índices (IVI e IVC) em todas as fitofisionomias estudadas, exceto
na floresta ombrófila aluvial (Pterocarpus amazonicus e Molia luscens). Estimou-se para todos os ecossistemas analisados
um total de 92,68 km2 de cobertura florestal em toda a área de estudo. Estimou-se para esta área uma abundância total
de 403.069.870 árvores com DAP ≥ 10 cm, volume total de madeira de 196.276.924 m3 e uma biomassa aérea viva
de 198.503.191 t. Foram identificadas algumas espécies florestais de grande interesse para os programas de conservação
da flora, como uma espécie arbórea praticamente extinta nas áreas onde é possível a penetração humana, o 'pau cravo'
(Dicypellium caryophyllatum), uma Lauraceae muito cobiçada pela indústria perfumista; e uma outra espécie de difícil
ocorrência (Sagotia brachysepala), uma Euphorbiaceae de dispersão muito restrita. |