Dissertação

Nos Jardins de São José: uma história do Jardim Botânico do Grão Pará, 1796-1873.

O objeto dessa tese é a institucionalização das ciências naturais na Amazônia entre o fim do período colonial e meados do século XIX, quando foi criado e manteve-se funcionando o Jardim Botânico do Grão-Pará. Para esse estudo foram utilizados referenciais teóricos da história da ciência, assim como...

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Autor principal: Sanjad, Nelson
Grau: Dissertação
Idioma: Portuguese
Publicado em: 2010
Assuntos:
Acesso em linha: http://repositorio.museu-goeldi.br/handle/mgoeldi/199
Resumo:
O objeto dessa tese é a institucionalização das ciências naturais na Amazônia entre o fim do período colonial e meados do século XIX, quando foi criado e manteve-se funcionando o Jardim Botânico do Grão-Pará. Para esse estudo foram utilizados referenciais teóricos da história da ciência, assim como fontes primárias e secundárias. A tese foi dividida em três capítulos. No primeiro, foi feito um panorama das transformações ocorridas nos jardins botânicos da Europa Moderna, enfocando a montagem das redes de jardins coloniais no século XVIII. O caso de Portugal foi analisado mais detidamente. No segundo, destacou-se a função estratégica de Belém no contexto das disputas territoriais de Portugal na segunda metade dos setecentos. A instalação do jardim botânico do Grão-Pará, em 1798, foi analisada tendo-se como referência tanto esse contexto de disputa quanto as tentativas de diversificação da agricultura colonial. O capítulo trata, ainda, do papel que o jardim paraense viria a desempenhar na rede de jardins luso-brasileiros. No capítulo final, demonstrou-se que os conflitos ocorridos durante o processo de independência do Brasil e durante a Regência, particularmente violentos no Pará, inviabilizaram o funcionamento do jardim botânico. Em 1839, o jardim paraense tornou-se uma instituição provincial, tendo sido recuperado, após essa data, de acordo com novos modelos institucionais. Transformado em jardim público, deixou de ser identificado como um espaço para a prática das ciências naturais. Simultaneamente a essa mudança, a função que o jardim desempenhava como espaço de sociabilidade intelectual foi assumida por novas instituições, como o Museu Paraense, criado em 1866. Finalmente, em 1873, o jardim botânico foi abandonado por estar em local considerado inadequado.