Trabalho de Conclusão de Curso - Graduação

Seleção sexual e restringência no mecanismo de salto moldam dimorfismo sexual no comprimento das pernas de Marma nigritarsis (Araneae: Salticiae)

Este estudo teve como objetivo avaliar a distribuição da variação no comprimento das pernas de machos e fêmeas da aranha saltadora Marma nigritarsis (Simon, 1900) e, a partir dos dados analisados, testar se há evidências de dimorfismo sexual e contribuições de um ou mais artículos para os padrões da...

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Autor principal: SANTOS, Carla Thaís Guimarães dos
Grau: Trabalho de Conclusão de Curso - Graduação
Publicado em: 2022
Assuntos:
Acesso em linha: https://bdm.ufpa.br:8443/jspui/handle/prefix/4443
Resumo:
Este estudo teve como objetivo avaliar a distribuição da variação no comprimento das pernas de machos e fêmeas da aranha saltadora Marma nigritarsis (Simon, 1900) e, a partir dos dados analisados, testar se há evidências de dimorfismo sexual e contribuições de um ou mais artículos para os padrões das pernas dimórficas. Foram mensurados 37 machos e 36 fêmeas, com software digital. Testamos a presença de dimorfismo sexual no comprimento da carapaça e no comprimento total das pernas (teste t de Student), e a contribuição de cada artículo (Análise dos Componentes Principais - PCA) para o padrão dimórfico encontrado em cada perna. Nossos resultados mostram que machos são maiores que as fêmeas quanto ao tamanho total (relação carapaça/comprimento das pernas) e possuem as pernas I e II relativamente mais compridas que as fêmeas, sendo que os artículos que mais contribuíram para o dimorfismo foram a tíbia, o fêmur e o metatarso. Essa diferença nas pernas I e II é explicada pelo fato de os machos usarem esses apêndices no display sexual para as fêmeas, levantando-as no ar enquanto dançam com as pernas III e IV, e na “manipulação” do abdômen da fêmea durante a cópula, o qual é rotacionado pelo macho para acessar lateralmente o epígino da fêmea. Além de serem usadas para o cortejo pelo macho, as pernas III e IV exibem uma restringência imposta pelo comportamento de caça com salto preciso e complexo observado na espécie em ambos os sexos, o que explica a ausência de dimorfismo sexual nesses apêndices.