O potencial autodestrutivo gerado pela humanidade devido aos avanços tecnológicos do último século chegou ao seu ápice, apresentando como sintomas as frequentes crises econômicas, as guerras civis e de escala mundial e as epidemias que vem se tornando mais frequentes. Dentro do conceito de necropolítica, discute-se quem são os soberanos que atribuem a si a capacidade de definir a quem cabe viver e quem deve morrer. As duas grandes guerras e o holocausto fizeram com que alguma coisa desta quadra sombria da história se cristalizasse no presente, resultando em um desassossego que não cessa. Neste sentido, é possível dizer que o cenário cultural, social e político da segunda metade do século passado influenciou significativamente a produção teatral, que apresenta como características narrativas que vão do pessimismo beckettiano a propostas paródicas das teorias estéticas, e diante deste cenário, texto e encenação trazem consigo a fragmentação do corpo cênico, flertando com o acaso, o jogo, a euforia, a própria existência e o absurdo. Partindo destas considerações, este estudo traz como proposta a possibilidade de abordar dramas atuais, à exemplo da pandemia do novo coronavírus e a guerra na Ucrânia por meio do Teatro do Absurdo.
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