Este estudo descreve as percepções e as práticas de saúde no cotidiano de mulheres
profissionais do sexo (MPS) e relata como essas mulheres se relacionam com os serviços de saúde ofertados no município de Bragança, Pará, Amazônia Brasileira. Esta pesquisa trata-se de um estudo qualitativo, de cunho descritivo, realizado com 20 mulheres que exercem atividades de prostituição no município de Bragança. Por meio de entrevistas, as profissionais do sexo forneceram informações demográficas, sociais, laborais e relacionados aos cuidados de saúde adquiridos e praticados. Tais informações foram copiladas em três categorias: o cuidado que vem de casa, onde as mulheres identificaram principalmente cuidados com higiene e o uso de plantas medicinais nos cuidados de saúde; o cuidado a partir de informações entre profissionais do sexo, onde houve relatos de obtenção de conhecimento por meio de mulheres profissionais do sexo estabelecendo uma rede de cuidados e troca de experiências; e o cuidado aprendido com profissionais de saúde, onde foi observado o uso concomitante dos saberes tradicionais e o sistema oficial de saúde. Em suma, este estudo detectou a necessidade de estudos interdisciplinares no município sobre a temática a prática de cuidados à saúde utilizando ervas medicinais, uma vez que isso é algo muito comum na região amazônica, afim de aperfeiçoar as estratégias e políticas públicas ofertadas a este grupo de vulneráveis.
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