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Dissertação
Os serviços de proteção à mulher contra violência intrafamiliar atendidas no CREAM em Manaus - Amazonas
A violência intrafamiliar contra mulher ainda é um fenômeno complexo, indo além do âmbito familiar e se estendendo por vários setores da sociedade. Desse modo, esta pesquisa concentra- se na análise dos serviços de proteção à mulher contra a violência intrafamiliar, fornecidos pela equipe multipr...
Autor principal: | Oliveira, Célia Maria Nascimento de |
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Outros Autores: | http://lattes.cnpq.br/7904082979408205 |
Grau: | Dissertação |
Idioma: | por |
Publicado em: |
Universidade Federal do Amazonas
2024
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Assuntos: | |
Acesso em linha: |
https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10303 |
Resumo: |
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A violência intrafamiliar contra mulher ainda é um fenômeno complexo, indo além do âmbito
familiar e se estendendo por vários setores da sociedade. Desse modo, esta pesquisa concentra-
se na análise dos serviços de proteção à mulher contra a violência intrafamiliar, fornecidos pela
equipe multiprofissional que atua no Centro Estadual de Referência e Apoio à Mulher - CREAM
em Manaus Estado do Amazonas, por fazer parte das políticas públicas preventivas. Os
objetivos dessa pesquisa são: avaliar os serviços de proteção à mulher contra a violência
intrafamiliar prestados pelo CREAM em Manaus, identificar os tipos de violência sofrida pelas
mulheres atendidas, analisar as possíveis causas da violência e os serviços ofertados pelos
profissionais, investigar o tratamento dado aos agressores e examinar a eficácia da articulação
da equipe técnica do CREAM com a Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar
contra a Mulher. O percurso teórico metodológico da pesquisa envolveu abordagem
bibliográfica, documental com aportes qualitativos, sem excluir os dados quantitativos, onde
sua coleta se deu a partir da pesquisa de campo, tendo como lócus o CREAM, por ser um
equipamento que faz parte da rede de enfrentamento a violência contra mulher em Manaus. Para
alcançar os objetivos propostos utilizou-se como instrumento de investigação, entrevista
semiestruturada com 10 (dez) sujeitos femininos vítima de violência intrafamiliar que são
assistidas no CREAM e 05 (cinco) profissionais que atuam no CREAM, sendo 02 (duas)
assistentes sociais, uma de cada turno, 01 (uma) psicóloga 01 (uma) advogada e 01 (uma)
pedagoga. Todos esses sujeitos são identificados por nomes fictícios para atender os critérios
éticos da pesquisa. Quanto aos múltiplos resultados apresentados, o referido estudo aponta
vários serviços especializados ofertados em um só equipamento, a importância da rede
protetiva, os entraves de alguns serviços, a falta de outros serviços para a eficácia das
articulações em rede. Verificou-se ainda, as relações desiguais de poder atrelados no âmbito
intrafamiliar contra a mulher, os quais levam as diferentes formas de violência praticadas pelo
sujeito masculino contra o sujeito feminino. Os resultados da pesquisa revelam dados
significativos sobre os atendimentos realizados pela equipe do CREAM, a dinâmica da violência
contra mulheres e os serviços necessários para enfrentá-los. A investigação sobre o tratamento
dado aos agressores e os serviços destinados ao ajustamento de comportamento violento,
forneceu informações cruciais sobre o ciclo da violência sofrida pela mulher e as estratégias
para rompê-las. A ênfase na responsabilização dos agressores é fundamental para a prevenção
da reincidência de violência e a promoção das relações saudáveis. Em que aponta as
configurações socioculturais, as quais são permeadas por conflitos de papéis socialmente
construídos, sobre uma égide patriarcal, machista e capitalista. Desvelando opressões,
dominações constrangedoras onde a mulher está inserida, na escuta pública e doméstica, no qual
seus algozes em sua maioria são seus companheiros. Destaca-se que as mídias sociais se
tornaram vetores informativos referente as tipificações de violências e submissões da mulher
em sua relação intrafamiliar. No qual, entre as causas que levam as mulheres a se manterem ou
estarem submissas ao homem é a dependência financeira, levando-as a permanecer em
convivência conflituosas com seus agressores, pelas violências psicológicas que sofrem
diariamente. Conclui-se que, as políticas públicas são insuficientes para a alta demanda dos
atendimentos no CREAM, e por isso vários serviços acabam sendo focalizados e segmentados
quando são ofertados por alguns profissionais. Contudo, ressalta-se, a ausência de recursos
humanos e a sobrecarga das profissionais que atuam no CREAM, pois, apesar de constar leis
que criminalizam quaisquer violências contra a mulher, ainda há um longo caminho a ser
trilhado, principalmente pelos profissionais despreparados para atuarem nos equipamentos,
ofertando qualidade de acesso e prestação de serviços concretos, sem fragilizar as tentativas de
rompimento do ciclo vicioso da violência que muitas mulheres ainda são submetidas. |