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Tese
O Fetichismo da Fronteira: a formação de Rondônia na Amazônia brasileira
Esta pesquisa tem como objeto de estudo o processo de formação de Rondônia, destacando as representações de fronteiras e de colonizações utilizadas desde as colônias portuguesas em confronto com as espanholas, passando pelas missões católicas, mineração, postos indígenas tutelados pelo SPI, até c...
Autor principal: | Cunha, Eliaquim Timóteo da |
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Outros Autores: | http://lattes.cnpq.br/1534109432111069, https://orcid.org/0000-0003-1674-5261 |
Grau: | Tese |
Idioma: | por |
Publicado em: |
Universidade Federal do Amazonas
2024
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Assuntos: | |
Acesso em linha: |
https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10305 |
Resumo: |
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Esta pesquisa tem como objeto de estudo o processo de formação de Rondônia, destacando as
representações de fronteiras e de colonizações utilizadas desde as colônias portuguesas em
confronto com as espanholas, passando pelas missões católicas, mineração, postos indígenas
tutelados pelo SPI, até chegar à colonização do INCRA, um tipo de tutela da reforma agrária.
Paralelamente, houve demarcações de Terras Indígenas e a chegada de projetos que
propunham melhorias e ordenamentos das ocupações e usos das matérias-primas,
acompanhando novas concepções capitalistas que introduzem as ideias de desenvolvimento,
controlando assim os “avanços desenfreados” da “colonização recente”. O estudo prioriza
duas grandes “zonas de fronteira”. A primeira é fluvial, formada pelos rios Guaporé, Mamoré,
Madeira e seus afluentes. A outra é terrestre e diz respeito ao acesso entre o centro-oeste e o
Amazonas por meio da estrada iniciada pela Comissão de Linhas Telegráficas Estratégicas de
Mato Grosso ao Amazonas (1906 a 1909), que foi referência para a construção da estrada de
rodagem BR 29, atual BR 364. Na literatura acadêmica sobre o tema, é comum encontrar
representações dessa conjuntura, denominando-a como “colonização recente”, também
chamada de “fronteira agrícola” pelas políticas públicas, tendo a BR 364 como referência para
os Projetos de Incentivo à Colonização. Em um cenário mais amplo, esse processo, além de
Rondônia, alcançou Mato Grosso e Pará, sendo chamado de “frente de expansão”. Nessa nova
“zona de fronteira”, além da mineração, duas agências se destacaram nesse processo: a
FUNAI e o INCRA. Criadas entre o final da década de 1960 e início da década de 1970, elas
foram designadas para serem especialistas em demarcação de territórios e exploração de seus
recursos, com controle da ocupação e circulação de populações específicas, como, por
exemplo, famílias agricultoras e povos indígenas. O fetichismo da fronteira é um instrumento
de dominação, pois, em conjunturas nas quais a fronteira é tratada exclusivamente como um
elemento natural e território disponível à ocupação, ocultam-se as relações sociais, os
conflitos e a exploração da mão de obra usados nesse processo. Desta forma, a pesquisa
demonstra que o fetichismo da fronteira é formado pelas interseções entre o capitalismo, a
violência e a representação social que dá sustentação à colonização. |