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Dissertação
Avaliação da extensão de comprometimento respiratório analisado em tomografia de tórax em relação à função pulmonar de pacientes acometidos pela covid-19
Contexto: As infecções por coronavírus cursam com quadros variáveis, de resfriados leves a manifestações graves como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). E o pulmão é reconhecidamente o órgão mais afetado, com descrição de destruição difusa do epitélio alveolar, dano/sangramento capilar, form...
Autor principal: | Gonçalves, David Luniere |
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Outros Autores: | http://lattes.cnpq.br/4917274984790519, https://orcid.org/0000-0002-6118-4793 |
Grau: | Dissertação |
Idioma: | por |
Publicado em: |
Universidade Federal do Amazonas
2024
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Assuntos: | |
Acesso em linha: |
https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10561 |
Resumo: |
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Contexto: As infecções por coronavírus cursam com quadros variáveis, de resfriados leves a manifestações graves como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). E o pulmão é reconhecidamente o órgão mais afetado, com descrição de destruição difusa do epitélio alveolar, dano/sangramento capilar, formação de membrana hialina, consolidação pulmonar e proliferação fibrosa septal. Nos sobreviventes, podemos encontrar comprometimento persistente da função pulmonar e da capacidade de exercício, por meses ou até anos, e anormalidades residuais nas tomografias de tórax. Da mesma forma, os sobreviventes de pneumonias pela COVID-19 (Doença por Coronavírus 2019), tem grande risco de complicações pulmonares, funcionais e anatômicas. Entretanto, não está claro quais pacientes tem maior risco de evolução para fibrose pulmonar e perda funcional e que, assim, devem ser avaliados sequencialmente. O conhecimento destas sequelas e dos seus fatores de risco é fundamental, uma vez que a ameaça deste vírus ainda não diminuiu.
Objetivos: Analisar testes de função pulmonar de pacientes em recuperação de COVID-19 e correlacionar os achados com informações clínicas e nível de comprometimento pulmonar visto em tomografia de tórax durante a fase aguda da doença.
Métodos: Estudo retrospectivo e descritivo através de análise documental, realizado em um ambulatório de pneumologia de uma clínica especializada na cidade de Manaus/AM no período de abril/2020 a março/2021, onde foram avaliados prontuários de pessoas com Covid-19 confirmada que possuíam, na época, tomografia de tórax e prova de função pulmonar em até sessenta dias após o término do tratamento. Foram coletadas informações clínicas prévias (sexo do paciente, idade na ocasião da doença, exposição ao tabagismo e comorbidades prévias), informações sobre a COVID-19 (data do exame confirmatório, gravidade da doença e extensão de comprometimento pulmonar em tomografia de tórax realizada na época da doença) e informações sobre o teste de função pulmonar realizado nos primeiros 60 dias após o término do tratamento de COVID-19. Após isso foram categorizados em dois grupos, de acordo com a classificação de gravidade da doença aguda: não-graves e graves, e com isso realizado análises estatísticas.
Resultados: A amostra inicial coletada foi de 454 prontuários, destes 227 eram homens adultos e 227 mulheres adultas (idade média 52,2 ± 13,4 anos), composto majoritariamente de pessoas entre 41 a 65 anos (61,2%), 44,1% apresentavam gravidade clínica na época da doença, os principais achados tomográficos se encontravam em gravidades mínimas (33,7%) e leves (31,3%) com alterações na prova de função pulmonar: CVF 83,1% ± 17% e VEF1 85% ± 17,6%. Pacientes portadores de DM2, HPB, DAC, Obesidade e portadores de transplante renal mostraram alterações funcionais da CVF(%), após o quadro de COVID19, mas apenas os pacientes obesos mostraram uma redução da CVF(%) estatisticamente significante, assim como também os que apresentavam doença grave e pacientes com tomografias de tórax com alterações moderadas e graves. Em relação a variação da CVF(%) em exames de controle de função pulmonar, apenas os portadores de padrão tomográfico grave na época da doença evidenciaram uma melhora significativamente estatística da CVF em 13,9%, quando comparado ao exame anterior. Já os pacientes portadores de Enfisema Pulmonar se mostraram com uma redução do VEF1(%) estatisticamente significante, assim como também os que apresentavam tomografias de tórax com alterações moderadas e graves. Em relação a variação da VEF1(%) em exames de controle de função pulmonar, apenas os portadores de enfisema pulmonar e LES apresentaram uma variação significante, mas sem significado estatístico, assim como também o padrão tomográfico, gravidade da doença e histórico de tabagismo.
Conclusão: Este estudo demonstrou que alterações funcionais da capacidade respiratória após o quadro de COVID19, estavam diretamente relacionadas a gravidade da apresentação da doença, ao grau de comprometimento tomográfico da época da doença e comorbidades associadas, gerando assim impacto da perda de função pulmonar. |