O Aedes aegypti é o principal vetor dos arbovírus causadores de doenças como dengue, zika, chikungunya, febre amarela urbana, representando uma grande preocupação para a Saúde Pública. Diversas medidas são adotadas para mitigar os impactos causados por esse mosquito, incluindo o controle mecânico, químico e biológico. O Bacillus thuringiensis (Bti) é um agente de controle de insetos vetores de doenças e pragas agrícolas, amplamente utilizado em programas de controle biológico ao redor do mundo. No entanto, fatores ambientais como radiação ultravioleta, pH, salinidade e temperatura podem afetar sua persistência, diminuindo sua plausibilidade biológica na natureza. Neste contexto, encontrar novas bactérias do bioma amazônico com potencial bioinseticida é crucial para implementação de novos agentes entomopatogênicos na região. O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial larvicida de uma linhagem de Bacillus thuringiensis isolada de ambiente amazônico em condições de semicampo e sua toxicidade em organismo não-alvo. O presente estudo foi realizado no Laboratório de Controle biológico e Biotecnologia da Malária e Dengue (LCBBMD) do Instituto de Pesquisa da Amazônia (INPA). Foram utilizadas as linhagens GD02.13-B. thuringiensis e AM65-52 (Bacillus thuringiensis var. israelensis) para avaliar seus efeitos em laboratório e semicampo. As análises de mortalidade e fatores químicos e físico, como pH e temperatura, foram realizadas semanalmente durante cinquenta dias. A persistência das bactérias foi determinada pela contagem de colônias viáveis em comparação com a linhagem padrão. As linhagens tóxicas para larvas de Aedes aegypti também foram testadas em girinos do gênero Scinax, organismo não alvo.Os resultados mostraram que os componentes celulares da linhagem GD02.13 foram mais eficientes que os da cepa padrão, tanto em condições de laboratório quando de semicampo. A exposição dos girinos aos componentes celulares das linhagens GD02.13 e AM65-52 não resultou em mortalidade até cinco dias de avaliação. Portanto, o desenvolvimento de larvicidas bacterianos para o controle biológico pode ser significativo e econômico, com atividade direcionada a organismos alvos, além de serem promissores como medidas de controle vetorial do mosquito A. aegypti.
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