A pesquisa investiga o protagonismo de mulheres ex-atletas de handebol máster em
Manaus, analisando como essa prática contribui para sua qualidade de vida e
integração sociocultural. Fundamentada na teoria marxista, a investigação
compreende o esporte como um espaço de disputa simbólica e material, no qual as
relações de classe e gênero são evidenciadas e tensionadas. O estudo destaca como
as ex-atletas resistem à mercantilização do corpo e à marginalização social imposta
pelo envelhecimento, utilizando o esporte como ferramenta de emancipação e
pertencimento coletivo. A dissertação adota uma abordagem qualitativa, com
entrevistas semiestruturadas realizadas com ex-atletas, técnicos e representantes
institucionais do handebol no Amazonas. O estudo examina a trajetória histórica das
mulheres no esporte, as contradições entre o esporte enquanto produto do mercado
e sua apropriação como instrumento de resistência e os desafios enfrentados pelas
ex-atletas para manter seu protagonismo fora das quadras. Os resultados indicam que
o handebol máster não apenas promove o bem-estar físico e mental, mas também
fortalece redes de solidariedade, reafirma identidades e desafia estruturas
excludentes. Conclui-se que o esporte transcende sua função recreativa e
competitiva, configurando-se como um espaço de luta pela visibilidade e equidade. O
handebol máster possibilita a ressignificação da identidade feminina no processo de
envelhecimento, ao mesmo tempo em que escancara os limites estruturais impostos
pelo sistema capitalista. Este trabalho contribui para a literatura ao evidenciar o
impacto do esporte na transformação social, no enfrentamento das desigualdades de
classe e gênero e na reafirmação das mulheres enquanto agentes históricos no
contexto amazônico.
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