Dissertação

A relação entre as infâncias do campo e o currículo da escola da Comunidade Cristolândia no Amazonas

Esta pesquisa foi desenvolvida no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Humanidades (PPGECH), na Linha Perspectivas Teórico-metodológicas para o Ensino das Ciências Humanas, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ní...

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Autor principal: Neves, Elen Mara da Silva
Outros Autores: https://lattes.cnpq.br/4565421500633473, https://orcid.org/0009-0009-4336-5126
Grau: Dissertação
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2025
Assuntos:
Acesso em linha: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10844
Resumo:
Esta pesquisa foi desenvolvida no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Humanidades (PPGECH), na Linha Perspectivas Teórico-metodológicas para o Ensino das Ciências Humanas, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação Infantil (GPEDIN). Neste estudo, propôs-se a analisar a relação do currículo e da prática pedagógica da Educação Infantil com as questões culturais da infância da Comunidade Cristolândia, localizada no município de Humaitá – Amazonas, tendo em vista que as infâncias se desenvolvem de acordo com o momento histórico, cultural e social no qual as crianças estão inseridas. A proposta da pesquisa surgiu a partir da experiência de vivência de infância da autora no contexto campesino e da atuação como professora em uma escola do campo na Educação Infantil, quando, durante a pandemia da covid-19, precisou ir ao encontro das crianças em suas residências. Compreendendo o ambiente escolar como possível potencializador dessas infâncias, buscou-se identificar os saberes e fazeres da infância no contexto rural da Comunidade Cristolândia e de que forma o currículo e os espaços da Educação Infantil, apoiados na prática pedagógica, têm contribuído para a sua efetivação. O referencial teórico baseia-se em pesquisadores da Sociologia da Infância, representados, aqui, por Guimarães (2017), Iturra (2002), Kuhlmann Jr. (2015), Qvortrup (2014), Sarmento (2011) e Stearns (2006) e pelo historiador Ariès (1986), que trazem a história da criança e da infância mundial e nacional. Também incluiu Conde (2016), Marcílio (2001), Silva e Pasuch (2010), Silva e Silva (2013) e Souza (2018), estudiosos que investigam as infâncias no contexto brasileiro e no campo, permitindo ampliar os conceitos sobre as infâncias nesses territórios. A interpretação dos dados produzidos contou com Franco (2018), Gimeno Sacristán (2013) e Torres Santomé (2013), que enriqueceram as discussões sobre o currículo. A metodologia foi qualitativa, do tipo etnográfica, apoiada principalmente nos estudos de Corsaro (2011). Para análise dos dados, empregou-se a técnica de análise de conteúdo de Bardin (2020) e, para os desenhos das crianças, como referencial teórico, utilizaram-se os estudos de Sarmento (2011) e Pinazza e Gobbi (2014). A pesquisa incluiu dez participantes: quatro crianças, quatro mães, a pedagoga da escola e a professora que atuava na Educação Infantil. Os dados produzidos foram agrupados em eixos que corresponderam aos momentos de investigação durante a pesquisa: leitura da realidade das infâncias; análise das narrativas a partir das falas dos sujeitos; análise crítica dos documentos, da prática docente e das produções das crianças. Os resultados obtidos demonstram que as infâncias da Comunidade Cristolândia são vivenciadas em contato com a natureza, seus elementos e com os vizinhos. As crianças brincam aproveitando a sombra das árvores e criam seus próprios brinquedos. Contudo, a Base Nacional Comum Curricular não aborda a diversidade do campo em seu texto e o Referencial Curricular Amazonense para a Educação Infantil, embora evidencie as características das crianças e das infâncias do campo, não traz, de forma clara, em seus objetivos, propostas que possam contribuir para a valorização de suas culturas. Identificou-se, ainda, que a proposta curricular utilizada na Educação Infantil na escola da comunidade, frequentada pelas crianças desta pesquisa, bem como a prática pedagógica, não contempla as especificidades das crianças e das infâncias do campo, como preveem os documentos norteadores para a Educação Infantil nesses territórios.