Dissertação

Mudanças temporais na composição florística e funcional da comunidade de lianas Bignoniaceae na Amazônia Central

A estrutura da comunidade de lianas tem mudado ao longo do tempo em diversas florestas tropicais. Na Amazônia central os padrões de aumento na densidade de caules e área basal de lianas é controverso. A composição taxonômica e funcional da assembleia de lianas nessas florestas estão estruturadas ao...

ver descrição completa

Autor principal: Honorato, Cibelly Fernandes
Outros Autores: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8077259D6
Grau: Dissertação
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2025
Assuntos:
Acesso em linha: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10864
Resumo:
A estrutura da comunidade de lianas tem mudado ao longo do tempo em diversas florestas tropicais. Na Amazônia central os padrões de aumento na densidade de caules e área basal de lianas é controverso. A composição taxonômica e funcional da assembleia de lianas nessas florestas estão estruturadas ao longo do gradiente hidroedáfico. No entanto, ainda não sabemos se a composição de espécies e suas características estão mudando ao longo do tempo. Neste estudo, investigamos mudanças na composição taxonômica, funcional, e na riqueza da assembleia de lianas Bignoniaceae em um intervalo de 10 anos (2004 a 2014), avaliando se essas mudanças são moduladas pelo gradiente hidrológico. Além disso, avaliamos se as características funcionais das espécies explicam variações temporais na abundância e na área basal relativa durante esse intervalo. Amostramos a composição de espécies de lianas em 30 parcelas, e a composição funcional em 17 parcelas da Reserva Ducke. Além disso, avaliamos se a capacidade de rebrotamento, características foliares e da madeira de 10 espécies de lianas influenciam a mudança temporal de densidade de caules e área basal dessas espécies. Avaliamos se houve mudanças taxonômicas e funcionais no período de 10 anos através de um teste t pareado, com as composições taxonômicas e funcionais das parcelas resumidas em eixos de NMDS e Análise de Componentes Principais (PCA), respectivamente. Relacionamos as mudanças temporais na composição taxonômica e funcional das espécies, e a riqueza das espécies com o gradiente hidrológico por meio de regressões lineares simples. Através de análises de regressão linear, avaliamos mudanças na abundância e área basal relativas das espécies com as características funcionais selecionadas. Não identificamos mudanças na composição taxonômica ou funcional das lianas entre os anos analisados. O gradiente hidrológico apresentou uma relação negativa apenas com as mudanças na riqueza das espécies, onde os ambientes mais próximos do lençol freático apresentam pouca ou nenhuma perda de espécie, enquanto ambientes mais distantes tendem a apresentar uma perda de espécies ao longo do tempo. Não observamos aumento da densidade relativa de caules das espécies, e as características funcionais analisadas não explicam este padrão. Porém, vimos que mudanças na área basal relativa das espécies teve uma relação positiva com a capacidade de rebrotamento, mostrando que as espécies que possuem uma maior capacidade de rebrotamento tendem a ter uma maior área basal ao longo do tempo. Nosso estudo mostra que em uma janela de dez anos, o gradiente hidrológico local pode modular a riqueza da assembleia de lianas na Amazonia Central, e que uma maior área ocupada pelas espécies pode ser reflexo de uma característica relacionada a sua aptidão física.