Dissertação

Serviços ambientais (REDD) no âmbito da ordem ambiental global: (des) (re) territorialização da vida na RDS do Juma-AM

O discurso do desenvolvimento sustentável colonizou a natureza, convertendo-a em capital natural. Essa nova face do capitalismo, ganha força desde a década de1990, que a partir da Rio 92 tomou proporções sociais, políticas e sobretudo econômica, atualmente denominada de ecocapitalismo. O objetivo de...

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Autor principal: Souza, Leny Cristina Barata
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/8838047818132678
Grau: Dissertação
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2015
Assuntos:
Acesso em linha: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/2532
Resumo:
O discurso do desenvolvimento sustentável colonizou a natureza, convertendo-a em capital natural. Essa nova face do capitalismo, ganha força desde a década de1990, que a partir da Rio 92 tomou proporções sociais, políticas e sobretudo econômica, atualmente denominada de ecocapitalismo. O objetivo desse estudo é compreender o Projeto de REDD (Redução por Desmatamento e Degradação) na Reserva de desenvolvimento sustentável do Juma, uma vez que é a primeira Unidade de Conservação do Brasil e das Américas a ser certificada por desmatamento evitado, fato que insere o Estado do Amazonas numa Ordem Ambiental Global. Percorremos caminhos e (des) caminhos para alcançarmos três objetivos propostos: caracterizar a RDS do Juma e o Projeto de REDD; identificar os impactos do REDD nas oito comunidades investigadas, sendo: São Francisco do Anape I, Flexal, Boa Frente, Repartimento, Limão, Paiucaua, Cacaia e São Félix e por fim demonstrar o uso e ordenamento do território, segundo o Plano de Gestão. Como procedimentos metodológicos utilizou-se a pesquisa participante com levantamentos de fontes bibliográficas referente a categorias de análise ecodesenvolvimento, ecocapitalismo, ordem ambiental, território e serviços ambientais; levantamento de dados primários, por meio do trabalho de campo com entrevistas abertas com cinco famílias por comunidade e entrevistas semi estruturadas com gestores da UC, CEUC, FAS, SEDUC e IDAM. Os resultados do estudo nos permitiu entender que a diversa parceria que a Fundação Amazonas Sustentável tem buscado para desenvolver o REDD nas comunidades não tem trazido melhorias para as mesmas. No que concerne ao uso e o ordenamento do território, observou-se que a partir da aprovação do Pano de Gestão, as comunidades passaram a ser normatizadas, segundo as regras do Plano, influenciando diretamente no uso dos recursos naturais, bem como o zoneamento da RDS e as relações sociais e políticas, ocorrendo, portanto uma desterritorialização promovida pelos órgãos gestores, criando novas territorialidades, onde prevalece a imposição por meio de uma agenda que precisa atender os interesses do capital, em detrimento das comunidades. Espera-se que esse estudo possa desmistificar essa ideologia de pagamento por serviços ambientais na RDS do Juma como um modelo de desenvolvimento sustentável, pois na prática não está satisfazendo as necessidades básicas sequer das gerações presentes, quiça as futuras, e tão pouco o viver bem, segundo os princípios do ecodesenvolvimento.