Dissertação

Relações homem-natureza: o discurso político sobre agricultura e extrativismo na província do Amazonas (1852-1889)

Esta Dissertação procurou examinar e interpretar, valendo-se especialmente da noção de representação, as visões de natureza e de meio social que os presidentes da Província do Amazonas, entre os anos de 1852 e 1889, deixaram expressas em seus relatórios de governo. No decorrer de quase quatro déc...

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Autor principal: Pereira, Nasthya Cristina Garcia
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/5267791188679666
Grau: Dissertação
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2015
Assuntos:
Acesso em linha: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/3717
Resumo:
Esta Dissertação procurou examinar e interpretar, valendo-se especialmente da noção de representação, as visões de natureza e de meio social que os presidentes da Província do Amazonas, entre os anos de 1852 e 1889, deixaram expressas em seus relatórios de governo. No decorrer de quase quatro décadas de existência da província, a visão geral de natureza deste segmento foi tenazmente mantida; contudo, percebe-se um novo enlace a respeito das atitudes de ordenação do meio natural nas duas últimas décadas, apresentando-se como ações mais pragmáticas para a organização desse ambiente. Por meio, primordialmente, do exame dos relatórios dos presidentes da Província do Amazonas, a particularidade natural e humana da região foi analisada com a intenção complementar de evidenciar as problemáticas para a execução do projeto civilizador defendido pelo Império. Projeto que envolvia a afirmação e o reconhecimento do território nacional junto de um levantamento dos grupos humanos de lugares recônditos do país. Nesse processo, a natureza representou um elemento essencial para a questão da nacionalidade, pois encerrava a maior riqueza e o maior patrimônio do Império brasileiro, que desejava se elevar como nação civilizada com o conhecimento e, especialmente, com o cultivo das ricas terras ainda incultas. Diante do projeto civilizador que envolvia a natureza e os habitantes do país, os presidentes do Amazonas, defensores e representantes desse projeto, explicitaram nos relatórios a difícil tarefa para sua realização. A Província era representada como um lugar deserto e atrasado; a natureza ainda inculta e a população ociosa e errante transparecem nos relatos como elementos de uma realidade problemática, todavia passível de transformação. Embora descrevessem um estado social desanimador, não deixaram de apresentar os planos e os meios para civilizar a natureza e os grupos humanos, e claramente acreditaram que o Amazonas representava uma grande promessa para o futuro