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Dissertação
O patronato Amazonense e o mundo do trabalho: a Revista da Associação Comercial e as representações acerca do trabalho no Amazonas (1908-1919)
A Associação Comercial do Amazonas (ACA) foi criada em 1871, num momento em que o patronato precisava pressionar o Estado local e as empresas concessionárias dos serviços públicos para assegurar vantagens econômicas que garantissem proteção e ajudar contra a concorrência estrangeira e para melhor...
Autor principal: | Avelino, Alexandre Nogueira |
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Outros Autores: | http://lattes.cnpq.br/9622336015915213 |
Grau: | Dissertação |
Idioma: | por |
Publicado em: |
Universidade Federal do Amazonas
2015
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Assuntos: | |
Acesso em linha: |
http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/3719 |
Resumo: |
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A Associação Comercial do Amazonas (ACA) foi criada em 1871, num momento em
que o patronato precisava pressionar o Estado local e as empresas concessionárias dos
serviços públicos para assegurar vantagens econômicas que garantissem proteção e
ajudar contra a concorrência estrangeira e para melhorar o transporte e baratear os
custos da exportação da borracha para os ávidos mercados consumidores da Europa.
Assim a ACA constituía-se como legitima representante dos interesses do patronato
amazonense perante a sociedade, produzindo um discurso pela sua Revista que visava
amenizar divergências internas e organizar estratégias que assegurassem o poder
econômico e o prestígio político de seus membros. Em torno da instituição comercial o
patronato, composto basicamente pelos proprietários das casas de comercio, donos de
seringais e aviadores, soube elaborar um projeto ideológico baseado nas incertezas da
economia da borracha no começo do século XX e na deficiência produtiva do extrativismo
da borracha que garantisse, acima de tudo, o maior controle sobre a força de trabalho
ajustando-a a um modelo de organização e eficiência baseado nos modelos europeus de
produção e comercio; que tinha no elemento português o tipo trabalhador ideal,
considerado mais barato e ordeiro para as pretensões burguesas. Vistos pela maioria das
autoridades e dos patrões como uma classe inferior, os trabalhadores da cidade de
Manaus e principalmente dos seringais do interior estariam, conforme os discursos da
Revista da ACA (1908-1919), predispostos a vadiagem e aos vícios mundanos pela sua
natureza rude e primitiva, associada ao estigma da indolência e da incapacidade de
gerirem suas próprias vidas. Logo, seria necessário que o patronato agir-se com o máximo
de arbítrio e repressão sobre os movimentos grevistas e qualquer outro tipo de protesto
social entendido como ato de baderna que atrapalhava suas ambições econômicas e
políticas, mesmo que tais manifestações fossem justificadas pela situação de miséria e
fome por que passava a maioria dos trabalhadores ainda no período chamado de Belle Époque |