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Dissertação
Da capoeira à prateleira: etnografia da produção de artefatos para a venda no Centro de Artesanatos Torü Cuagüpa Ta da comunidade Bom Caminhoũ
Este trabalho pretende descrever o circuito da produção de artefatos no Centro de Artesanatos , procurando mostrar como um grupo da etnia Ticuna Torü Cuagüpa Taũ transforma e insere sua produção artesanal na economia de mercado, destacando os aspectos de dominação e autonomia pertinentes nesse...
Autor principal: | Silva, Chris Lopes da |
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Outros Autores: | http://lattes.cnpq.br/4225578759044798 |
Grau: | Dissertação |
Idioma: | por |
Publicado em: |
Universidade Federal do Amazonas
2015
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Assuntos: | |
Acesso em linha: |
http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/3915 |
Resumo: |
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Este trabalho pretende descrever o circuito da produção de artefatos no Centro de
Artesanatos , procurando mostrar como um grupo da etnia Ticuna Torü Cuagüpa Taũ
transforma e insere sua produção artesanal na economia de mercado, destacando
os aspectos de dominação e autonomia pertinentes nesse processo. O Centro fica
localizado na aldeia Bom Caminho, município de Benjamin Constant, na tríplice
fronteira do Brasil com o Peru e a Colômbia. O povo Ticuna possui uma forte
tradição cultural de fabricação de artefatos. A memória coletiva reproduz que no
surgimento da humanidade, e os heróis culturais, e suas irmãs e Ipi, Mowatcha Yoi‟i
, teciam artefatos enquanto estavam no joelho de e, ao tocarem a AikünaNgutapa
terra, trouxeram consigo os primeiros objetos. No mundo material, até a década de
80, a produção de artefatos em Bom Caminho seguia a tradição cultural para
atender ao contexto doméstico e manter pequenos circuitos de trocas estabelecidos
pelas relações interétnicas. Por meio de projetos integradores e outros alicerçados
no discurso do desenvolvimento sustentável a produção foi e vem sendo incentivada
para o mercado, modificando a economia tradicional. O artesão enquanto agente
social integra uma categoria de trabalho exterior à sua cultura, potencializada pelo
pensamento econômico hegemônico. Entretanto, os artesãos do Centro de
Artesanatos desessencializaram esta categoria assumindo a identidade Ticuna.
Enquanto grupo étnico, construíram uma rede de relações de fronteiras étnicas
embasada num tipo especial de consumo, onde mercadorias e pessoas circulam e
possuem vida social. |