Dissertação

E meu filho permanece: sentidos e significados do processo da doação de órgãos na perspectiva das mães de doadores

No Amazonas, em 2011, iniciou o transplante de órgãos a partir de doador falecido nos Hospitais Públicos, que se apresenta como uma práxis de grande envergadura no Estado. Para a compreensão deste processo é importante o entendimento dos aspectos históricos do transplante, a prática de doar, as poss...

ver descrição completa

Autor principal: Soares, Maria Gleny Barbosa
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/9438759010802501
Grau: Dissertação
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2015
Assuntos:
Acesso em linha: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/3933
Resumo:
No Amazonas, em 2011, iniciou o transplante de órgãos a partir de doador falecido nos Hospitais Públicos, que se apresenta como uma práxis de grande envergadura no Estado. Para a compreensão deste processo é importante o entendimento dos aspectos históricos do transplante, a prática de doar, as possibilidades terapêuticas para quem aguarda na fila de transplantes e, sobretudo, as experiências constituídas na família e na ótica das mães dos doadores. A doação de órgãos, a partir de doadores falecidos na cidade de Manaus, é um programa recente da área da saúde. Foi implantado para viabilizar a terapêutica de transplante como tratamento aos pacientes com Insuficiência Renal Crônica. Esta medida envolve a autorização da família que está em um momento da perda de seu ente para efetivar essa possibilidade. Dada essa grande perda – geralmente de um filho – o questionamento vem no sentido de como essas mães ressignificam a morte de um filho, a partir da doação de seus órgãos. O objetivo desta pesquisa é compreender o sentido e significado atribuídos ao processo da doação de órgãos na perspectiva das mães no pós-doação, à luz da Psicologia Fenomenológico-Existencial. Foram elaborados dois artigos: o primeiro traz uma revisão da Literatura acerca das temáticas: doação de órgãos, aspectos estruturais e familiares envolvidos sob a perspectiva da Psicologia Fenomenológico-Existencial, em que se empreende uma visão geral do processo doação-transplante como tradução de novas ressignificações à morte/doação para a continuidade da vida. O segundo mostra dados empíricos utilizando o viés qualitativo em pesquisa desenvolvida de acordo com os preceitos do método fenomenológico, tendo como participantes 5 mães de filhos-doadores, na faixa-etária entre 10 a 19 anos, que realizaram a doação de órgãos, no período de 2012 a 2013, acompanhadas pela Central de Transplantes do Amazonas. Foram elaboradas quatro categorias a partir dos discursos: E a vida sofre transformações abruptas: a facticidade; A morte perpassa o mundo; A doação: o difícil momento da decisão; Ressignificações da doação de órgãos. Considera-se que as vivências relacionadas à perda do filho e o processo de tomada de decisão para doação significa uma experiência que traz referências particulares, difusos sentimentos, e ressignificações.