Dissertação

Um olhar lexical sobre a identidade dos migrantes interioranos do estado do Amazonas: um estudo de geolinguística.

A discussão sobre o contato entre os povos e a língua é favorecida atualmente pela globalização e fomenta o estudo de pesquisas a respeito dos encontros interculturais e de sua influência na construção da identidade linguística e social do indivíduo. A relação da língua com a construção da identi...

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Autor principal: Gonçalves, Sandra Maria Godinho
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/3042479726567338
Grau: Dissertação
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2015
Assuntos:
Acesso em linha: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/4009
Resumo:
A discussão sobre o contato entre os povos e a língua é favorecida atualmente pela globalização e fomenta o estudo de pesquisas a respeito dos encontros interculturais e de sua influência na construção da identidade linguística e social do indivíduo. A relação da língua com a construção da identidade social e linguística dos sujeitos sofre uma intensificação em contextos multiculturais, em que diversos grupos sociais, culturais e linguísticos interagem socialmente num mesmo espaço geográfico. No Amazonas, o caboclo tem visto sua identidade original mudar e tem visto, também, seu referencial de vida perder-se face aos constantes choques culturais que o obrigam a sair do interior do estado em busca de trabalho e melhores condições de vida, como atendimento à saúde e acesso à educação. Esta pesquisa de caráter quantitativo buscou examinar o léxico realizado por migrantes provenientes do interior do estado do Amazonas, mais precisamente, de Tefé, Itacoatiara e Manacapuru, que vivem em Manaus há pelo menos cinco anos; comparar os campos semântico-lexicais dos registros obtidos com o Atlas Linguístico do Amazonas, ALAM, de Cruz (2004) e com o livro Amazonês, de Souza (2011); identificar se houve uma mudança da identidade linguística dos migrantes interioranos do estado do Amazonas; comprovar se, em caso de mudança, esta estaria em consonância com o desejo do migrante a uma mobilidade social ascendente, o que influenciaria sua identidade, segundo Castells (1996); e, por fim, analisar se está acontecendo uma homogeneização ou não da cultura cabocla. Esta pesquisa ampara-se nos princípios da Dialetologia, e apresenta algumas considerações a respeito do léxico coletado, segundo Pottier (1978), algumas considerações sobre o aspecto ideológico do léxico, segundo Santos e Cristianini (2012) e uma análise de cunho etimológico sobre o léxico coletado, segundo Cunha (2010), Houaiss e Villar (2001) e Ferreira (2004). Constatou-se que 59% do léxico dos migrantes que passaram a viver na cidade de Manaus alteraram o seu modo de falar e cerca de 40% dos migrantes assimilaram o léxico da capital amazonense.