A inclusão de jovens com deficiência no mercado de trabalho é um desafio para a sociedade brasileira, isto porque o desemprego juvenil aumentou consideravelmente nos últimos anos. E os mais impactados com as transformações no mundo do trabalho são os grupos minoritários, como os jovens com deficiência. Essa realidade também é presenciada na cidade de Manaus, principalmente, no Polo Industrial de Manaus – PIM/AM, onde grande parcela desse contingente populacional está fora do mercado de trabalho, especialmente pela falta de oportunidade. Frente a isso, a presente pesquisa teve como objetivo geral analisar o processo de inclusão de Jovens com deficiência no mercado de trabalho de Manaus no período de 2010 a 2013. Como objetivos específicos: traçar o perfil dos jovens com deficiência incluídos no mercado de trabalho formal e os tipos de ocupações por eles exercidas; conhecer o processo de seleção e recrutamento dos jovens com deficiência contratados pelas empresas; investigar as demandas que originaram a contratação e os entraves para a inclusão dos jovens com deficiência no mercado de trabalho; conhecer a visão do jovem com deficiência sobre a sua inclusão no mercado de trabalho a fim de identificar os limites e possibilidades deste processo. Esta pesquisa, foi ancorada numa da abordagem quanti-qualitaiva. Dos jovens com deficiência que participam das modalidades aprendizagem do Senai, a maioria é de deficientes físicos e auditivos; há uma prevalência de jovens do sexo masculino; as ocupações exercidas pelos jovens participantes da pesquisa são: operador de máquina injetora e auxiliar administrativo. A seleção e recrutamento das pessoas com deficiência no Sine são realizadas por meio da demanda das empresas, as quais solicitam na maioria das vezes, pessoas com deficiência leve ou só um tipo de deficiência, o que acarreta, práticas de discriminatória e preconceituosa, ferindo os direitos das pessoas com deficiência mais graves. As empresas que mais empregam pessoas com deficiência são do ramo eletroeletrônico. As constantes fiscalizações realizadas pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego - AM não estão sendo suficientes para ampliar a inclusão dos jovens com deficiência no PIM, pois ainda existe uma lacuna ou fragilidade no cumprimento da Lei de Costas 8.213 91 - em face de um conjunto de fatores, tais como: falta de qualificação profissional dos jovens com deficiência; baixa escolarização; recusa por parte das próprias pessoas com deficiência, por já receberem o Benefício de Prestação Continuada - BPC do Governo Federal, falta de estímulo do governo para empresa; falta de acessibilidade urbanística e de transporte público adaptado, dentre outros. Apesar dos jovens sinalizarem que não tiveram dificuldade de ser incluídos no mercado de trabalho, já perderam oportunidades de emprego e foram discriminados por serem pessoas com deficiência. Conclui-se que, apesar dos avanços processados para esse segmento populacional nos últimos anos no Brasil, principalmente, com a Lei de Cotas, ainda são grandes os desafios para inclusão dos jovens com deficiência nas empresas do PIM de Manaus. O que requer uma nova forma de pensar e agir em benefício das pessoas com deficiência, e consequentemente, a ampliação da cidadania.
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