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Dissertação
Simulação do desmatamento em Apuí-AM a partir de regras de uso do território
Localizado ao sul do Estado do Amazonas, o município de Apuí concentra grande parte do desmatamento deste estado. O desmatamento em Apuí está ligado ao avanço da pecuária, sendo que, entre 1997 a 2007, as maiores taxas de desmatamento no Estado foram registradas para esta região, junto com um gra...
Autor principal: | Fonseca, Frederico Octávio Ribeiro |
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Outros Autores: | http://lattes.cnpq.br/9054974525424259 |
Grau: | Dissertação |
Idioma: | por |
Publicado em: |
Universidade Federal do Amazonas
2015
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Assuntos: | |
Acesso em linha: |
http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/4349 |
Resumo: |
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Localizado ao sul do Estado do Amazonas, o município de Apuí concentra grande parte
do desmatamento deste estado. O desmatamento em Apuí está ligado ao avanço da
pecuária, sendo que, entre 1997 a 2007, as maiores taxas de desmatamento no Estado
foram registradas para esta região, junto com um grande aumento do rebanho bovino. A
expansão rápida da atividade antrópica em Apuí tem levado uma crescente degradação
da cobertura florestal, mesmo em áreas protegidas, tais como as Áreas de Proteção
Permanente (APP). Dentro deste contexto, o presente estudo teve como objetivo simular
o desmatamento em Apuí, no período de 2009 a 2039, utilizando o modelo AGROECO
desenvolvido no software DINAMICA-EGO. Adicionalmente, foi elaborado um modelo,
utilizando técnicas de geoprocessamento, para delimitar as áreas de APP para as faixas
de 30, 50, 100, 200 e 500 m em torno de cursos d’água, tomando em conta o Código
Florestal Brasileiro (1965). Este modelo permitiu verificar o estado atual e futuro da
conservação das APPs em relação ao efeito do desmatamento no município. Para isto, foi
elaborado um cenário de referência, ou seja, linha de base de “negócios como sempre”
(BAU), considerando a tendência histórica do desmatamento na região. Os resultados
obtidos demonstram que até 2039 seriam perdidas 2727.9 km2 (4,3%) da área de cobertura
florestal original e 173,0 km2 (4,7%) de área total de APP no município. Considerandose
somente a área de Apuí sem o buffer, foi observada uma perda de 2586,4 km2 (5%) da
cobertura florestal original e de 154,4 km2 (5,2%) da área total de APP. Observando
somente a área do Projeto de Assentamento (PA) do Juma, o desmatamento ao final da
simulação foi de 1852,8 km2 (32%) e para as APP do PA foi perdida ao final da simulação
uma área de 103,4 km2 (33,9%) em relação à área original de APP do PA (304,8 km2).
Para a Floresta Nacional (FLONA) do Jatuarana, o desmatamento foi 27,2 km2 (0,4%) ao
final da simulação, o que é pequeno em relação ao total da perda de floresta original no
Município (5773,7 km2). A partir dos resultados obtidos é possível observar que o
desmatamento no município é concentrado no PA do Juma. A simulação utilizando o
modelo AGROECO foi de suma importância para avaliar a perda de áreas de APP nos
próximos 30 demonstrando que a maior parte das APP degradadas seriam as de 30 m e
50 m próximas a áreas previamente desmatadas. Contudo quando se contabiliza a área
total APP do município, este se mostra em bom estado de conservação que pode estar
relacionado com a presença de um mosaico de unidades de conservação ocupando mais
da metade do município. Porém, na FLONA do Jatuarana nota-se desmatamento próximo
à rodovia AM-174 que adentra seus limites por meio do PA do Juma. Para o restante das
unidades de conservação não foi contabilizado desmatamento. Em relação ao desrespeito
ao Código Florestal, nota-se que as áreas que contribuíram mais para isso são o PA do
Juma e seu entorno, próximo ao desmatamento prévio. O modelo AGROECO e o modelo
proposto para as APPs podem ser apreciados como instrumentos usados para entender a
dinâmica e o uso da terra. Os resultados devem ser considerados como simplificações de
sistemas complexos, que envolvem fatores sociais e econômicos, mas os modelos podem
indicar os rumos prováveis em relação a acontecimentos futuros. Apesar das limitações,
os resultados obtidos podem auxiliar no sentido de tomada de decisão e criação de
medidas de mitigação na tentativa de conter o desmatamento e consequentemente perda
de áreas importantes como as de APP que ajudam na manutenção do meio ambiente. |