Tese

Análise dos aspectos socioeconômicos, fito-demográficos, genéticos e físico-químicos da extração do óleo-resina de Copaifera reticulata em duas comunidades da Flona do Tapajós, Pará

As copaíbas são árvores nativas da região tropical das quais nove espécies podem ser encontradas na Amazônia brasileira. As árvores de copaíba produzem um óleo-resina que é encontrado em canais secretores localizados no tronco das árvores. Copaifera reticulata é a espécie predominante na área des...

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Autor principal: Silva, Ederly Santos
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/7915925082003881
Grau: Tese
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2015
Assuntos:
Acesso em linha: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/4398
Resumo:
As copaíbas são árvores nativas da região tropical das quais nove espécies podem ser encontradas na Amazônia brasileira. As árvores de copaíba produzem um óleo-resina que é encontrado em canais secretores localizados no tronco das árvores. Copaifera reticulata é a espécie predominante na área deste estudo. Foram analisados os aspectos socioeconômicos das Comunidades de Pedreira e São Domingos na Flona do Tapajós, Santarém, Pará, por serem autorizadas a coletar copaíba na Flona, e os aspectos fito-demográficos, genéticos e físicos das populações de copaibeiras disponíveis a estas comunidades, com objetivo de subsidiar futuras ações de manejo de copaíba na Flona. No estudo socioeconômico, realizouse entrevistas semi-estruturadas com os extratores das comunidades para saber a real situação local quanto a extração do produto. No estudo fito-demográfico, identificou-se a espécie, quantificou-se a densidade dos indivíduos que foram potencialmente produtivos, e mapeou-se as árvores. Marcadores microssatélites desenvolvidos pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia serão utilizados para as análises genéticas. Os parâmetros escolhidos para o estudo físico foram a determinação da densidade e viscosidade do óleo-resina por serem relacionados aos usos potenciais, e para o estudo químico foram os índices de refração, acidez, saponificação e éster. O processo de manejo da copaíba apresenta tecnologia simples para a retirada do óleo-resina, mas os extratores apontaram muitas dificuldades em relação ao manejo da espécie. Extrativistas afirmaram que atualmente tem-se menos vantagem na venda do óleo-resina de copaíba do que antigamente, indicando que a situação no passado que os estimulava é bem diferente do quadro atual, necessitando de apoio no processo de comercialização. As densidades dos indivíduos na área de coleta do Km 67 foi 5,5 indivíduos por hectare e no Km 72 foi 6,2 indivíduos por hectare, e 200 indivíduos adultos foram georeferenciados. O maior número de matrizes produtivas encontram-se na classe diamétrica 51-70 cm, totalizando 88 árvores, e o maior diâmetro encontrado foi 120 cm de DAP. A C. 7 reticulata apresenta um óleo-resina com viscosidade (mPa.s) muito variável e baixa acidez (mg de KOH/g), podendo servir de base para diferenciação de óleos-resina. Com os seis locos microssatélites que transferiram foram observados 78 alelos. A diversidade genética (He) variou de 0,59 a 0,85 por locos, considerada alta para a maioria das espécies neotropicais; no entanto, a heterozigosidade observada foi menor que a heterozigosidade esperada pelas proporções do EHW para as áreas de estudo, demonstrando um razoável nível de endogamia (f = 0,375 a 0,419) nas áreas de coleta, provavelmente devido a sua distribuição agrupada. As análises com Structure não identificaram duas populações baseadas nas áreas de coleta, mas sim dois agrupamentos genéticos baseados em conjuntos distintos de alelos. A maior parte da variação genética foi encontrada dentro das áreas de coleta (97%), enquanto encontrou-se uma fraca diferenciação genética entre as áreas (FST = 0,030). Um pouco menos de variação genética foi encontrada dentro dos grupos genéticos (93%), com um aumento correspondente na divergência (FST = 0,070). A não correspondência entre áreas de coleta e agrupamentos genéticos poderia ser devido a eventos históricos desconhecidos, mas, combinada com a alta diversidade encontrada, sugere que a endogamia atual não será um problema para um plano de manejo, embora o isolamento da Flona no futuro poderia contribuir para elevar a endogamia a níveis preocupantes. As informações aqui apresentadas servirão como linha base para comparação futura, orientando melhorias no plano de manejo.