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Dissertação
Estudo fitoquímico e atividades biológicas de Eperua duckeana e Eperua glabriflora (Fabaceae)
Eperua é um gênero da família Fabaceae, endêmico da Amazônia Central. O óleo exsudado das espécies Eperua oleifera, Eperua purpurea e Eperua falcata é utilizado na medicina popular de modo análogo ao da copaíba, como cicatrizante, antifúngico e bactericida. De modo geral, duas classes de substânc...
Autor principal: | Leandro, Lidiam Maia |
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Outros Autores: | http://lattes.cnpq.br/2421985921405918 |
Grau: | Dissertação |
Idioma: | por |
Publicado em: |
Universidade Federal do Amazonas
2015
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Assuntos: | |
Acesso em linha: |
http://tede.ufam.edu.br/handle/handle/4434 |
Resumo: |
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Eperua é um gênero da família Fabaceae, endêmico da Amazônia Central. O óleo exsudado
das espécies Eperua oleifera, Eperua purpurea e Eperua falcata é utilizado na medicina
popular de modo análogo ao da copaíba, como cicatrizante, antifúngico e bactericida. De
modo geral, duas classes de substâncias têm sido isoladas de espécies desse gênero: terpenos e
flavonóides. Apesar das espécies Eperua glabriflora e Eperua duckeana serem comuns na
Amazônia, nunca foram estudadas química ou farmacologicamente. O presente trabalho teve
como objetivo avaliar a composição química dos extratos obtidos das cascas do tronco e
folhas e determinar as atividades antioxidantes, antibacteriana, antifúngica, antiprotozoária e
citotoxicidade em células tumorais, além de analisar a composição química dos óleos
essenciais das folhas e talos dessas espécies. O material vegetal foi coletado na Reserva
Ducke em Manaus e as cascas e folhas foram secas à temperatura ambiente e posteriormente
trituradas. Os extratos foram preparados por maceração com solvente em ordem crescente de
polaridade (hexano, acetato de etila e metanol). Foram obtidos doze extratos brutos. Os
extratos apolares das cascas foram analisados por Cromatografia à Gás acoplada ao
Espectrômetro de Massas (CG-EM) e ao Detector de Ionização de Chama (CG-DIC). Foram
identificadas quatorze substâncias, sendo essas: seis ácidos graxos (ácido hexadecanóico,
ácido 9,12-octadecadienóico, ácido 9-octadecenóico, ácido octadecanóico, ácido
tetracosanóico e ácido hexacosanóico); quatro ácidos diterpênicos (ácido catívico, ácido 3-
hidroxi-labda-7,13-dieno-15-óico, ácido 3-clerodeno-15-óico e um isômero dele); um
hidrocarboneto (esqualeno); uma vitamina (α-tocoferol); e dois esteróis (estigmasterol e β-
sitosterol). As duas últimas substâncias foram isoladas em mistura e identificadas por
métodos espectrométricos. Do extrato obtido em acetato de etila das cascas de E. glabriflora
foi isolado um 3-O-glicosil-flavanonol conhecido como engeletina, presente também no
extrato da E. duckeana, porém, em menor concentração; e um flavonóide de M+ 476. Os óleos
essenciais foram obtidos por hidrodestilação, em aparelho clevenger modificado durante 4h, e
seco com sulfato de sódio e analisados por CG-DIC e CG-EM. Foram identificados nos óleos
essenciais 35 constituintes, sendo o β-cariofileno e o germacreno D os constituintes
majoritários. Os óleos essenciais das folhas e talos apresentaram atividade citotóxica em
linhagens de células tumorais de câncer de mama (MDA/MB-435), cólon (HCT8) e sistema
nervoso central (SKF-295) com inibições de crescimento de aproximadamente 90%. Os
extratos testados apresentaram fraca ou nenhuma atividade antileishmania, trypanosoma cruzi,
antifúngica e antibacteriana, exceto para o extrato obtido em hexano das cascas de E.
glabriflora que apresentou significativa atividade contra a bactéria gram-positiva Bacillus
subtilis (CIM= 62,5 μg/mL). Com relação ao potencial antioxidante, a maior atividade de
seqüestro de radical livre DPPH• foi apresentada pelos extratos obtidos em acetato de etila e
metanol das cascas (CI50 10,5 -17,8 μg/mL) e ambas espécies. Os resultados obtidos neste
trabalho contribuem para o conhecimento químico e biológico de duas espécies da
biodiversidade amazônica. |