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Dissertação
Avaliação do potencial anticâncer in vitro de óleos essenciais de plantas do gênero Eugenia
O câncer é uma das maiores causas de morte no mundo. A pesquisa de produtos naturais constitui uma estratégia para o desenvolvimento de agentes anticancerígenos. Objetivou-se nessa pesquisa identificar os componentes químicos, investigar o potencial anticâncer in vitro e a genotoxicidade de óleos...
Autor principal: | Aranha, Elenn Suzany Pereira |
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Outros Autores: | http://lattes.cnpq.br/6475167007970551 |
Grau: | Dissertação |
Idioma: | por |
Publicado em: |
Universidade Federal do Amazonas
2015
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Assuntos: | |
Acesso em linha: |
http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/4506 |
Resumo: |
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O câncer é uma das maiores causas de morte no mundo. A pesquisa de produtos naturais
constitui uma estratégia para o desenvolvimento de agentes anticancerígenos. Objetivou-se
nessa pesquisa identificar os componentes químicos, investigar o potencial anticâncer in vitro
e a genotoxicidade de óleos essenciais do gênero Eugenia. Para isso, foram utilizados os
ensaios de citotoxicidade do alamar blue e o potencial hemolítico em eritrócitos de
camundongos, como triagem inicial para a seleção das amostras com potencial citotóxico, a
partir da determinação da CI50 das amostras. Posteriormente a seleção das amostras, buscouse
avaliar o efeito anticâncer dos óleos essenciais e a sua genotoxicidade. Foram testados nove
óleos essenciais, em concentração única (50 μg/mL) dos quais apenas dois - Eugenia
cuspidifolia (1) e Eugenia tapacumensis (3)- foram selecionados para os testes posteriores. A
CI50, em 72 horas, obtida para essas duas amostras variou entre 4,69 a 24,35 μg/mL e 6,22 a
26,17 μg/mL, respectivamente, entre as linhagens tumorais. Para a linhagem não tumoral, em
72 horas, os valores de CI50 foram de 25,51μg/mL para E. cuspidifolia (1) e 36,12 μg/mL para
E. tapacumensis (3), além de não causarem hemólise a eritrócitos de camundongos. As
espécies E. cuspidifolia (1) e E. tapacumensis (3) foram mais ativas para as linhagens de
colorretal (HCT 116) e ovário (ES-2), e escolheu-se para os testes posteriores utilizar a
linhagem HCT 116, por ser um dos tipos de câncer mais frequentes em diagnósticos e
também em mortes a nível mundial. A constituição química dos óleos essenciais de E.
cuspidifolia (1) e E. tapacumensis (3) foi investigada através de cromatografia gasosa. Foram
identificados um total de 26 constituintes para as duas amostras. Os componentes majoritários
foram óxido de cariofileno, α-copaeno, hepóxido de humuleno II e cis-nerolidol. Os óleos nas
concentrações de 7,5, 15 e 30 μg/mL, foram testados no ensaio clonogênico e reduziram
significativamente o número de colônias (p<0,05) na concentração de 7,5 e 15 μg/mL,
quando comparado ao controle DMSO (0,2%). No ensaio de motilidade celular, nos tempos
de 24 e 48 horas, os óleos essencias reduziram a migração (p<0,05) somente na concentração
de 30 μg/mL, no tempo de 48h. O potencial inibidor de metaloproteinases MMP-9 e MMP-2
foi avaliado através de método zimográfico. Nos resultados obtidos, o melhor efeito inibitório
foi do óleo essencial de E. tapacumensis (3), o qual reduziu a atividade enzimática (p<0,05)
nas concentrações de 15 e 30 μg/mL, nos dois tempos de tratamento (24 e 48h). A
genotoxicidade foi avaliada pelo ensaio do cometa, usando duas versões, a de pH alcalino, o
qual detecta qualquer dano causado ao DNA, e a de pH neutro, específico para quebras da fita
dupla de DNA. Através da análise do Índice de dano, os resultados no ensaio em pH alcalino
foram semelhantes ao do pH neutro. Somente E. tapacumensis (3) (30 μg/mL) causou dano ao
DNA (p<0,05) na versão alcalina. Na versão em pH neutro todas as concentrações causaram
dano (p<0,05). Assim, conclui-se que os óleos essenciais de E. cuspidifolia (1) e E.
tapacumensis (3) são citotóxicos nas linhagens tumorais, tem potencial anticâncer na
linhagem HCT116 agindo como citotóxico e citostático dependendo do tempo e da
concentração testada e somente a E. tapacumensis (3) é genotóxica, em células não
neoplásicas, , entretanto estudos mais específicos precisam determinar se essa genotoxicidade
é reversível ou se o mecanismo de ação citotóxica do óleo está relacionada a lesão do DNA
das células. |