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Dissertação
Distribuição de aves de sub-bosque em zonas ripárias e não ripárias em uma floresta urbana na Amazônia Central
A descrição de padrões de distribuição de espécies e os mecanismos que os geram são essenciais para entender as relações entre os organismos e os gradientes ambientais. Zonas ripárias se distinguem de zonas-não ripárias pela topografia, regimes hidrológicos, tipos de solo e comunidades de plantas...
Autor principal: | Ferreira, Urania Cavalcante |
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Outros Autores: | http://lattes.cnpq.br/7049444761867485 |
Grau: | Dissertação |
Idioma: | por |
Publicado em: |
Universidade Federal do Amazonas
2016
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Assuntos: | |
Acesso em linha: |
http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5105 |
Resumo: |
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A descrição de padrões de distribuição de espécies e os mecanismos que os geram são
essenciais para entender as relações entre os organismos e os gradientes ambientais. Zonas
ripárias se distinguem de zonas-não ripárias pela topografia, regimes hidrológicos, tipos de solo
e comunidades de plantas e animais. Em florestas primárias na Amazônia central existem
assembleias de aves diferenciadas entre as zonas riparias e não ripárias. No entanto, efeitos
negativos como os produzidos por perturbações antrópicas interferem diretamente sobre a
riqueza e abundância de aves em florestas, principalmente através de mudanças em alguns
componentes da vegetação, afetando a disponibilidade de recursos alimentares e as condições
microclimáticas. Um padrão frequentemente observado em zonas com influência urbana é a
homogenização das comunidades resultando em uma comunidade composta por espécies
principalmente generalistas após a extinção das espécies especialistas. Assim, é importante
conhecer se em uma floresta com forte influência da urbanização as assembleias de espécies de
aves respondem à variação ambiental gerada pela proximidade de igarapés como observado em
florestas não-perturbadas e se o efeito de borda gerado pelo processo de urbanização afeta
negativamente a distribuição dessas aves localmente. Este estudo foi realizado em uma floresta
urbana de aproximadamente 600 hectares na cidade de Manaus (AM) na qual se encontra o
campus da Universidade Federal do Amazonas - UFAM. A floresta que compreende o campus
universitário é circundada por bairros residenciais, avenidas e áreas urbanas de diferentes usos.
Para caracterizar a avifauna de sub-bosque nas zonas ripárias e não-ripárias utilizamos a técnica
de captura-recaptura com o uso de redes de neblina. Selecionamos 20 sítios de amostragem,
sendo 10 sítios ripários e 10 sítios não ripários. Em cada sítio utilizamos uma linha de rede
(120m) ativadas durante dois dias consecutivos das 06:30h às 11:30h no período de julho a
novembro de 2013. Identificamos, medimos, pesamos e anilhamos todas as aves capturadas,
exceto beija-flores. No total, capturamos 27 espécies de 12 famílias com um total de 118
indivíduos dos quais 9,3% foram recapturas. A abundância foi similar nos sítios ripários e não
ripários (T = -0.17, df = 9, p = 0,86) assim como riqueza também não variou entre sítios
ripários e não ripários (T = -0.2641, df = 9, p = 0,79). Também verificamos que a composição
quantitativa da assembleia de aves não se diferenciou nas zonas ripárias e não ripárias.
Contudo, quando incluímos o efeito da distância à borda nos modelos os resultados mostrarem
um padrão diferente. O melhor modelo para explicar a variação da biomassa de aves, foi aquele
que considerou uma interação entre o efeito da distância à borda como o efeito do ambiente
(ripário ou não ripário) (AICw = 0,716). Assim, de acordo com este modelo observamos uma
relação positiva entre a biomassa de aves e a distância à borda nas áreas ripárias sendo que o
padrão inverso foi observado para as áreas não riparias. Com relação a similaridade entre as
áreas ripárias e não ripárias, observamos um padrão de aumento da similaridade entre pares de
sítios ripários e não ripários com a diminuição da distância a borda, ou seja, aqueles pares de
sítios que estão mais próximos a borda são mais similares entre si do que os sítios que estão no
interior da floresta. Concluímos que o efeito de borda gerado pela influencia negativa da matriz
urbana para o interior da floresta é o fator determinante no aumento da similaridade entre as
zonas ripárias e não ripárias, acarretando assim ao processo de homogenização de
comunidades. |