Tese

O feminino Sateré-Mawé e suas manifestações simbólicas na Amazônia

Este estudo assume o propósito de desvelar os sentidos e significados do feminino na etnia Sateré-Mawé, sua importância e influência, buscando compreendê-la no âmbito da mitologia, dos rituais e das manifestações simbólicas próprias da etnia. O estudo atende a uma perspectiva metodológica e teórica...

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Autor principal: Nascimento, Solange Pereira do
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/3700027234383055
Grau: Tese
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2016
Assuntos:
Acesso em linha: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5148
Resumo:
Este estudo assume o propósito de desvelar os sentidos e significados do feminino na etnia Sateré-Mawé, sua importância e influência, buscando compreendê-la no âmbito da mitologia, dos rituais e das manifestações simbólicas próprias da etnia. O estudo atende a uma perspectiva metodológica e teórica de cunho investigativo tendo por base a dialógica, sugerida por Edgar Morin, que nos permitiu tecer uma rede de conversa com outros saberes. O locus da pesquisa foi a Comunidade Simão na Terra Indígena Andirá-Marau, Barreirinha/AM. Buscamos saber se há realmente um princípio feminino que deu origem ao povo Sateré-Mawé, sua arqué sob a qual se assentou as bases de sua cultura material e imaterial. Investigar a rica e simbólica mitologia do povo Mawé significou mergulhar na ontogênese de um povo que tem no feminino sua origem e a coluna de sustentação composta pela tríade: sakpó, tucandeira e moça nova. Os principais resultados revelaram que o feminino ancestral é o que funda a etnia e que as mulheres são sujeitos centrais na vida de seu povo, guardiãs de sua cultura e responsáveis pela continuidade da etnia no tempo histórico. Deve-se concluir, a partir da realidade revelada, que o sakpó, bebida sagrada dos Sateré-Mawé, derivada do guaraná, é o chefe dos Mawé, aquele que ilumina a palavra e confere êxito nos acordos políticos e nas relações sociais tecidas por esse povo. Deve-se considerar, por fim, que são as mulheres as responsáveis pela feitura do sakpó, o que dá a elas primazia na condução mítica da etnia.