A região amazônica é compreendida por uma diversidade de ecossistemas aquáticos e terrestres, sendo habitada por sociedades humanas. Nessa variedade de ambientes estão os ecossistemas aquáticos como rios, lagos e igarapés. Também podem ser encontrados os ecossistemas terrestres como as florestas de terra firme, ocupando áreas não inundáveis e a floresta de ambiente de transição entre as planícies flúvio lacustres e a terra firme, compondo terras inundáveis, como ocorre no sistema ambiental do Lago Grande, no Município de Manacapuru – Amazonas, habitado por agricultores familiares. Para compreender a sobrevivência destes habitantes o estudo teve como objetivo analisar nas paisagens do agroecossistema a produção de alimentos das famílias agricultoras. Foi adotada na pesquisa a abordagem teórica da dialética da complexidade sistêmica e, para o levantamento dos dados empíricos, utilizou-se o estudo de caso, combinando várias técnicas: diário de campo, entrevista, fotografias e mapa mental. O lugar descrito pelos agricultores familiares demonstra o conhecimento por estes adquiridos em seus percursos nos ambientes aquático e terrestre. Com a apropriação dos bens comuns ambientais estes reproduzem as paisagens produtoras de alimentos, caracterizando o agroecossistema. Nas diferentes unidades agroecossistêmicas ocorre a produção de diversos alimentos, utilizados pelas famílias agricultoras. O funcionamento das unidades de produção é proposto pelos próprios agricultores, pois são autônomos e possuem o poder de decisão, desta forma estes decidem como devem ser executadas todas as atividades, estabelecendo o que deve ser produzido e como deve ser produzido. A partir desses fatores é possível concluir que a produção de alimentos é diversificada e atende a demanda alimentar das famílias, sendo resultante do conhecimento do agricultor em apropriar-se dos diferentes bens ambientais existentes no sistema ambiental, como também em adaptarem-se as condições apresentadas nos períodos de cheia e seca das águas.
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