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Tese
Concepções e práticas de Educação Escolar Indígena: institucionalidade, estado da arte e escolarização dos Tikuna no Alto Solimões, AM
Esta tese deriva da investigação sobre concepções e práticas educativas dos povos indígenas na Amazônia, reflexões a partir da escola do povo Ticuna, com o objetivo de compreender como se define e em que circunstâncias históricas a educação escolar indígena é diferente da educação nacional. O mét...
Autor principal: | Silva, Antonia Rodrigues da |
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Outros Autores: | http://lattes.cnpq.br/3238837249512757 |
Grau: | Tese |
Idioma: | por |
Publicado em: |
Universidade Federal do Amazonas
2016
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Assuntos: | |
Acesso em linha: |
http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5280 |
Resumo: |
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Esta tese deriva da investigação sobre concepções e práticas educativas dos povos
indígenas na Amazônia, reflexões a partir da escola do povo Ticuna, com o objetivo
de compreender como se define e em que circunstâncias históricas a educação
escolar indígena é diferente da educação nacional. O método compreensivo de Weber
foi o aporte teórico-metodológico privilegiado neste estudo, por se entender que a
heurística fundante deste método supera as tradições científicas de base positivista e
abre novas perspectivas de estudo da realidade social. Para efeito de análise, foram
elaboradas três construções, “tipo-ideais”, representando as maneiras distintas de
conceber a educação escolar indígena: ação social dos agentes do Governo; ação
social dos cientistas que estudam a educação e na ação social dos próprios índios. O
caráter interdisciplinar exigiu uma imersão na fonte teórica da Sociologia, da
Antropologia, da História e da Educação como campos epistêmicos indispensáveis à
compreensão do objeto de pesquisa. Quando se resgatou o processo histórico da
escolarização indígena, restou compreendido que os índios sempre desejaram à
escola. Todavia, a tendência educacional, presente nas formulações pedagógicas
(etnocêntrica e hegemônica), levou os índios a construírem uma aversão ao modelo
educacional e não à escola. Acredita-se que os equívocos históricos, filosóficos e
pedagógicos conduziram à propositura de propagandear a educação escolar indígena
especifica e diferenciada como o tipo ideal de educação para os povos indígenas. No
campo jurídico, instituiu-se um novo marco regulatório definindo os princípios
educacionais para escolas indígenas, contudo, redundante em seu conteúdo, uma vez
que tais princípios eram os mesmos existentes no cenário legal. Construiu-se o
“estado da arte” na educação escolar indígena amparando-se em 243 (duzentas e
quarenta e três) teses e dissertações, nas quais se evidenciou que a Educação
Escolar Indígena Diferenciada é um campo novo de pesquisa com forte acolhida na
academia por intelectuais com histórico de engajamento com a causa indígena, o que
confere um caráter de militância aos trabalhos, resultando em formulações acríticas
desse novo modelo de escola para as minorias étnicas. Hoje, a Educação Escolar
Indígena Diferenciada é palavra de ordem no universo indígena e indigenista, mas, na
prática, a educação escolar desenvolvida pelos povos indígenas no Alto Solimões
ainda segue fundamentada em um modelo de educação tradicional, centrada na
transmissão de conhecimentos. A partir deste itinerário acadêmico formulou e
defendeu-se a tese de que a Educação Escolar Indígena Diferenciada, nunca existiu,
nem na forma dos parâmetros curriculares nacionais, tão pouco, na realidade das
escolas indígenas do Alto Solimões, no Estado do Amazonas. |