Esta dissertação é uma análise sobre as representações da Amazônia nas
ilustrações encontradas em dois suportes distintos, os livros e as revistas em quadrinhos,
que são comumente encontrados no cotidiano dos atores sociais da região amazônica. O
estudo está direcionado para o processo de circulação das imagens englobando toda a
cadeia comunicativa, que é iniciado na concepção das ideias por aqueles que detém o
poder da representação, passando por aquilo que é representado até o público alvo que
produz as próprias conclusões daquilo que observam demonstrando que não são leitores
passivos. Além disso, a pesquisa aborda as lutas pelas afirmações das identidades entre
as figuras históricas regionais que não se reconhecem nos desenhos produzidos e os
agentes sociais responsáveis pelas escolhas do que será representado, os discursos
ideológicos que embasam essas escolhas e o que elas significam. O recorte temporal
estudado é um pouco maior que um século, ele tem início a cerca de 1880 e se estende
até a última década do século XX, em uma primeira impressão pode parecer demasiado
amplo, mas ele está dividido em três períodos históricos distintos e apresentam o mesmo
tipo de desenhos para representar a Amazônia. Sendo assim, a razão para a realização
desta pesquisa historiográfica deu-se pela necessidade de discutir a maneira como se
processa o entendimento por parte dos observadores das imagens e das imagens
desenhadas com o objetivo de representar a Amazônia considerando que cada indivíduo
receptor possui uma bagagem cultural que influenciará no resultado.
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