A Província Rio Negro está situada no noroeste do Cráton Amazônico, e está dividida em três
domínios tectônicos, Uaupés, Içana e Imeri (onde está inserida a área de estudo), representado
por orógenos com evoluções geodinâmicas distintas. As pesquisas foram realizadas no
Complexo Cauaburi, embasamento do Domínio Imeri, se constituindo em um terreno
granítico gnáissico (ortoderivado), subdividido com base em características composicionais e
deformacionais, nas Litofácies Tarsira e Santa Izabel do Rio Negro. Localizada na porção
nordeste da Província Rio Negro a Litofácies Tarsira é composta por biotita gnaisse,
hornblenda biotita gnaisse e augen gnaisses de composição monzogranítica e granodiorítica
polideformados, com no mínimo três fases de deformação que originaram as foliações S1 cujo
trend é NW-SE, a foliação S2, cujo trend principal é de direção NE-SW e secundariamente
NW-SE, e S3 que retrabalha a foliação S2. As análises de fases minerais,
microestruturas/microtexturas, e de dados de química mineral indicam um metamorfismo
progressivo, que grada de uma fácies xisto-verde até granulito em condições de pressão
intermediária. Geoquimicamente apresentam afinidade cálcio-alcalina de alto-K, meta a
peraluminosos. Sua composição e padrões de elementos traços sugerem representar um
magmatismo típico de arcos magmáticos. Os dados isotópicos de Sm-Nd revelam extração do
magma parental dos ortognaisses no Paleoproterozoico, indicada pelo valores de TDM em
torno de 2,05 Ga e os valores positivos de nd(T) mostram derivação de fontes mantélicas.
Idades de 1497 ± 6 Ma pelo método 40Ar-39Ar em hornblenda indicam um evento
termotectônico em torno de 580 °C, assim como os termômetros realizados em cristais de
biotitas (entre 560 °C e 656 °C). Essa idade é compatível com a Orogenia Içana (1,54 1,48
Ga) e, cujas observações de campo e microscópicas, indicam que este evento foi responsável
pela deformação e metamorfismo que gerou a foliação principal S2 nas rochas ortoderivadas
que compõem a Litofácies Tarsira. Além disso, essa região também foi afetada por processos
deformacionais mais jovens com trend principal NE- udku, que dever ter retrabalhado as estruturas mais antigas e gerado as zonas de cisalhamento (S3).
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