Dissertação

Morfoanatomia do desenvolvimento do fruto de Isertia hypoleuca Benth. (Rubiaceae - Cinchonoideae)

Isertia é um gênero peculiar de Rubiaceae por estar associado às florestas tropicais secundárias ou em processo de regeneração, representado por quinze espécies distribuídas principalmente nas florestas tropicais da América Central e do Sul. O fruto de Isertia hypoleuca Benth. apresenta peculiaridad...

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Autor principal: Giacomin, Andressa Cristine
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/5055140442561259
Grau: Dissertação
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2017
Assuntos:
Acesso em linha: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5737
Resumo:
Isertia é um gênero peculiar de Rubiaceae por estar associado às florestas tropicais secundárias ou em processo de regeneração, representado por quinze espécies distribuídas principalmente nas florestas tropicais da América Central e do Sul. O fruto de Isertia hypoleuca Benth. apresenta peculiaridades morfológicas que somadas ao emprego impreciso da terminologia e tipologia de frutos dificultam sua classificação. Dessa forma, foram estudados aspectos morfológicos e anatômicos do pericarpo e semente de I. hypoleuca para estabelecer os principais estádios ontogenéticos do desenvolvimento do fruto e possibilitar a interpretação correta de sua tipologia. Foram registrados quatro estádios, cujas principais características que marcam cada estádio estão associadas ao processo de esclerificação do endocarpo e exotesta e ao desenvolvimento dos demais tecidos da semente. Isertia hypoleuca possui ovário ínfero, sincárpico com quatro a seis lóculos multiovulados, a placentação é axial com óvulos hemianátropos inseridos em toda a extensão do septo. O estádio I é representado pelo fruto recém-formado com um a 20 dias, o exocarpo tem coloração grená o mesocarpo é consistente, o endocarpo é indiferenciado. A parede do pericarpo é unisseriada com células papilosas e glândulas poliédricas. O mesocarpo é parenquimático com muitas drusas e idioblastos. O endocarpo contém cerca de cinco camadas celulares em intenso processo de divisão anticlinal. A semente é unitegumentada e ocorre intensa atividade meristemática na mesotesta. Neste estádio, o teor de umidade é o mais elevado, 86.92%. No estádio II, o fruto tem de 77 a 97 dias, a coloração do exocarpo é verde amarelado, o endocarpo e exotesta iniciam o processo de esclerificação. O estádio III, fruto com 90 a 210 dias, é marcado pela acentuada esclerificação do endocarpo e testa da semente, pela formação da endotesta. O endosperma e embrião estão bem desenvolvidos. Neste estádio o fruto apresenta o maior tamanho. No estádio IV o fruto está maduro, com 230 a 250 dias, o odor é muito semelhante ao do açaí e a coloração é violeta intenso. O fruto sofre redução de seu tamanho, 9.56 x 8.80 mm, e também apresenta o menor teor de umidade 31.9%. O exocarpo é formado por células epidérmicas e células subjacentes do mesocarpo. A região do mesocarpo que corresponde à polpa é uma massa carnosa de células total ou parcialmente desintegradas, idioblastos e fibras. O endocarpo é ósseo, e forma de quatro a seis pirênios polispermos livres entre si. As sementes são marrom avermelhado, angulares, com 1 mm, apresentam testa enrijecida de aspecto foveolado, o endosperma é carnoso. O embrião é cilíndrico branco e opaco e ocupa a região central da semente. Com base na morfogênese, o fruto de I. hypoleuca foi classificado como drupa.