Tese

Filhos concebidos no cárcere: mães apenadas do Complexo Penitenciário Anísio Jobim – COMPAJ

O estudo faz uma análise sobre os significados da maternidade das mulheres condenadas que se tornaram mães dentro do Complexo Penitenciário Feminino Anísio Jobim (COMPAJ). O estudo leva em conta que a criança fica apenas de três (3) a seis (6) meses com a genitora atrás das grades, bem como, as d...

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Autor principal: Martins, Maria Aparecida da Silva
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/3631525486979732
Grau: Tese
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2017
Assuntos:
Acesso em linha: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5838
Resumo:
O estudo faz uma análise sobre os significados da maternidade das mulheres condenadas que se tornaram mães dentro do Complexo Penitenciário Feminino Anísio Jobim (COMPAJ). O estudo leva em conta que a criança fica apenas de três (3) a seis (6) meses com a genitora atrás das grades, bem como, as dificuldades emocionais enfrentadas por estas mulheres quando devem entregar seus filhos para os familiares, para os parentes distantes, para os amigos da família ou para a adoção. Também foram percebidas as dificuldades e o abandono que elas sofrem por parte da família e da sociedade. O aprofundamento na temática através das literaturas, das entrevistas e do grupo focal veio a confirmar mais uma vez o que já sabemos, que é o descaso do Estado e das autoridades competentes para com esta população. Entrevistamos doze (12) mulheres na Penitenciária Feminina de Manaus - PFM e quatorze (14) mulheres no Centro de Detenção Provisória- CDPF, ambas localizadas na BR 174, km 8. Nossa pesquisa de campo iniciou-se em meados de 2014, sendo amadurecidas e concluídas as observações, as entrevistas, os encontros focais no final de 2015. Durante a pesquisa observou-se a reação e a relação das internas para com os bebês dentro da carceragem, também foi observada e ouvida a angústia das mães dia após dia para o enfrentamento do momento da partida da criança para outro espaço, onde terá um convívio com parentes ou até mesmo estranhos, ou ainda terá a possibilidade de ser adotada. Compreendemos que a falta de políticas públicas sociais, a falta de iniciativas por parte do Estado em buscar parcerias, agentes capazes de minimizar um pouco o sofrimento e a angústia desta classe de vulneráveis ficam destacados, não dizemos isto só nos referindo ao nosso Estado, mas, como um todo no país. Falar sobre a maternidade com estas mulheres não foi tarefa difícil, difícil mesmo foi pensar com elas em desapego, em separação ou em possível adoção, para nós foram aulas de cidadania, de afeto e de carinho. Compreender o rompimento dos laços afetivos da mãe com o filho no cotidiano carcerário, isto sim, foi doloroso e ao mesmo tempo de grande valia para nossa pesquisa e para nossa vida aqui fora.