A exploração da bauxita situa-se como um elemento dinamizador do processo de produção espacial. A chegada e estabelecimento do empreendimento minerador em Juruti (PA) ocasionou impactos de caráter social, econômico, político e ambiental. O objetivo deste trabalho é analisar os impactos oriundos da chegada e funcionamento da mineradora Alcoa em Juruti, identificando os sujeitos envolvidos e suas racionalidades, bem como o contexto político, econômico e histórico em que o projeto de mineração em Juruti se concretizou. No processo metodológico, adaptamos os quatro níveis da pesquisa geográfica proposta por Libault (1971) na execução deste trabalho: o nível compilatório, nível correlatório, nível semântico e interpretativo. A análise foi pautada na interface da meta-abordagem Geossistêmica e de Formação Sócio-espacial. A partir da análise realizada, identificamos que a dinâmica da mineração tem sua concretude em lugares específicos e a partir disso são construídas estruturas de diversas matrizes que dão suporte para o funcionamento da atividade. A mineração é resultado da articulação de diferentes escalas (regional, nacional e internacional) que se concretiza no espaço geográfico gerando mudanças na paisagem e conflitualidades com os sujeitos locais. Com relação à área de abrangência, em Juruti identificamos dois tipos de impactos: areolares e lineares. Entretanto os impactos não se apresentam de forma homogênea, podem ser relativos, temporários ou estruturais. Concluímos que no caso de Juruti a Alcoa situa-se como o principal agente condicionante do processo de reestruturação espacial. Onde, as mudanças ocorridas em Juruti não anularam a importância dos espaços preexistentes, mas influenciou processos como o crescimento da área urbana, ampliação de serviços e infraestrutura. Juruti é um das áreas mais recentes a receber um projeto de mineração, onde o lugar teve que se adequar aos interesses do capital e “conviver” com os múltiplos impactos ocasionados pela mineração.
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