/img alt="Imagem da capa" class="recordcover" src="""/>
Dissertação
Atividades antioxidante e antimicrobiana de Connarus favosus Planch. e seu papel bloqueador da atividade hemorrágica do veneno de Bothrops atrox, de acordo com o uso tradicional
Os envenenamentos decorrentes de picadas de serpentes foram classificados, em 2009, pela Organização Mundial da Saúde, como doença tropical negligenciada. No Brasil, o gênero Bothrops sp. é responsável pela maioria destes acidentes e, na região Amazônica, grande parte dos relatos de ofidismo é at...
Autor principal: | Silva, Thaís Pereira |
---|---|
Outros Autores: | http://lattes.cnpq.br/0273200805253258 |
Grau: | Dissertação |
Idioma: | por |
Publicado em: |
Universidade Federal do Amazonas
2017
|
Assuntos: | |
Acesso em linha: |
http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6058 |
Resumo: |
---|
Os envenenamentos decorrentes de picadas de serpentes foram classificados, em
2009, pela Organização Mundial da Saúde, como doença tropical negligenciada. No
Brasil, o gênero Bothrops sp. é responsável pela maioria destes acidentes e, na
região Amazônica, grande parte dos relatos de ofidismo é atribuída à espécie
Bothrops atrox. Os venenos das espécies do gênero Bothrops sp. são compostos
predominantemente por proteínas como fosfolipases A2, metaloproteinases,
serinaproteases, entre outros. A atividade hemorrágica é causada pela ação de
metaloproteinases que induzem dano vascular e zonas isquêmicas que contribuem
para o surgimento de necrose do tecido local. O tratamento preconizado pelo
Ministério da Saúde do Brasil para esses acidentes é a administração de antiveneno,
entretanto, este imunobiológico não neutraliza os efeitos locais de forma eficaz. As
comunidades ribeirinhas, da região Norte do Brasil, tem dificuldade de acesso ao
tratamento soroterápico e utilizam plantas da medicina popular para bloquear as
ações induzidas pelos venenos de serpentes. O presente estudo investigou o
potencial do extrato aquoso de Connarus favosus (EACf) em inibir as atividades
hemorrágica e fosfolipásica A2 induzida pela peçonha da serpente Bothrops atrox
(PBa) determinar os potencias antioxidantes e antimicrobianos do extrato. EACf foi
analisado fitoquimicamente para metabólitos secundários e os compostos fenólicos
(taninos condensados e taninos hidrolisáveis) foram determinadas por ensaios
colorimétricos. A ação antioxidante foi avaliada por ensaios quantitativos de 2,2-
difenil-1-picril- hidrazila (DPPH) e Fe3+/Fenantrolina. A ação antimicrobiana foi
avaliada por difusão em disco e concentração mínima inibitória, e a citotoxicidade foi
avaliada utilizando linhagem de fibroblasto humano (MRC-5). A inibição da atividade
hemorrágica induzida pelo PBa foi avaliada por administração via oral do EACf,
seguindo protocolos de pré-tratamento, pós-tratamento e ação coadjuvante (EACf +
soro antibotrópico SAB). A inibição da hemólise indireta causada pela fosfolipase A2
(PLA2) foi testada in vitro. A interação entre EACf e PBa foram avaliadas por
eletroforese SDS-PAGE, Western Blot (Wb) e Zimografia. No perfil fitoquímico foram
identificadas dez classes de metabólitos secundários, e os ensaios colorimétricos
mostraram altas quantidades de fenóis totais e taninos (condensados e
hidrolisáveis). O EACf exibiu alto potencial antioxidante e antimicrobiano. O IC50 do
efeito citotóxico foi 51,91 (46,86 - 57,50) μg/mL. A inibição da atividade hemorrágica
do PBa foi significativa em todos os protocolos testados, e a inibição da PLA2 foi
significativa para as duas concentrações mais altas. A mistura PBa/EACf produziu
as mesmas bandas do veneno isolado no SDS-PAGE e Wb, porém de forma mais
branda. A zimografia confirmou a atividade proteolítica do PBa, mas quando o
veneno foi pré-incubado com o EACf houve bloqueio dessa atividade. O EACf foi
eficaz no bloqueio da atividade hemorrágica da PBa quando administrado nas doses
e via tradicionalmente utilizadas. |