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Tese
A escola na floresta: manifestações culturais e processos educativos em comunidades tradicionais do Alto Solimões/AM
Esta pesquisa foi realizada com base na perspectiva interdisciplinar, com objetivo de compreender as manifestações culturais e processos educativos, como possiblidade de tornar a cultura, a dimensão fundante da educação transdisciplinar na floresta. O estudo concentrou-se em uma comunidade amazôn...
Autor principal: | Ferreira, Jarliane da Silva |
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Outros Autores: | http://lattes.cnpq.br/8923905089631030 |
Grau: | Tese |
Idioma: | por |
Publicado em: |
Universidade Federal do Amazonas
2018
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Assuntos: | |
Acesso em linha: |
https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6279 |
Resumo: |
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Esta pesquisa foi realizada com base na perspectiva interdisciplinar, com objetivo de
compreender as manifestações culturais e processos educativos, como possiblidade de tornar a
cultura, a dimensão fundante da educação transdisciplinar na floresta. O estudo concentrou-se
em uma comunidade amazônica denominada São José em Benjamin Constant, Região do Alto
Solimões. Metodologicamente, a pesquisa assumiu a abordagem qualitativa, com práticas de
campo, coleta de depoimentos de comunitários, professores e estudantes, além de oficinas
como formas de se aproximar cada vez mais da perspectiva dos sujeitos. O processo de
investigação se deu de forma contínua e complementar, por meio de práticas de campo e
levantamento bibliográfico. Nesse sentido, buscou-se entender a condição humana do
ribeirinho, a vida em comunidade amazônica de várzea, a fim de entender como em seu
cotidiano os ribeirinhos vão criando seus modos de vida, suas práticas e socializações. O
presente estudo foi realizado com aporte das Ciências Humanas e Sociais, tendo na Educação,
Antropologia e Sociologia um espaço promissor para o debate interdisciplinar. Nesse caminho,
as perspectivas da transdisciplinaridade de Edgar Morin, bem como os escritos sobre a
Amazônia e suas comunidades tradicionais, puderam dar suporte para refletir sobre
possibilidades de outras pedagogias para a discussão de uma escola na floresta. A reinserção na
escola do campo e suas turmas multisseriadas permitiu perceber que a educação
institucionalizada implementada nas comunidades tradicionais pode não está atingindo
objetivamente a sua meta, considerando que, muitas vezes, está dissociada da condição humana
dos povos ribeirinhos, seu imaginário, sua ancestralidade e suas formas de produção. Os
resultados da pesquisa revelam que tanto os professores, quanto os comunitários e estudantes,
querem uma escola do campo na floresta, com infraestrutura de qualidade e viável para o
contexto amazônico. Nesse processo, além de Edgar Morin, Jurjo Santomé, Medaets, Salomão
Hage, foram essenciais para reflexão de outras possibilidades pedagógicas, principalmente as
que se aproximam das formas de socialização e aprendizado que se dão em ambientes não
formais da comunidade, onde as crianças ribeirinhas se inserem desde cedo. São nessas
atividades cotidianas que a ancestralidade, os modos de produzir a farinhada, a pesca, os
segredos são revelados e aprendidos, em constantes práticas coletivas em que a observação e o
fazer se tornam essenciais para a identidade e constituição do ser ribeirinho. |