A Amazônia de forma geral, em termos de ocupação humana, é conhecida como um vazio
demográfico, mas sabe-se hoje que esse discurso não procede. Existem registros históricos que
comprovam que a Amazônia sempre foi ocupada por povos que viviam na região. As várzeas
amazônicas eram tão povoadas que estes povos migravam para povoar o resto do continente Sul-
Americano, como afirma Fausto (2010, p. 31) "De sua várzea, tão rica quanto disputada por uma
população sempre crescente, teriam partido levas migratórias que iriam povoar a América do Sul".
Neste contexto imaginário de "vazio demográfico" nos chama a atenção o processo contemporâneo
de urbanização a qual este bioma se insere. Neste processo ressaltam-se as Vilas no Alto
Solimões/Amazonas com população total acima de mil habitantes.
Neste trabalho trataremos sobre a Vila de Copatana, localizada na microrregião do Alto
Solimões/Amazonas pertencente ao município de Jutaí. A região possui a agricultura como principal
fonte de renda, contudo, foi pelo viés da pesca que melhor conseguimos descrever as relações
existentes entre a cidade e a Vila. Neste sentido, o trabalho teve como principal objetivo
compreender por meio das redes comerciais de pesca o papel da Vila de Copatana na estruturação da
rede urbana da microrregião do Alto Solimões/Amazonas. Para alcançar tal objetivo, foi de suma
importância a implantação de um monitoramento foi uma das opções que pensamos e realizamos
como uma das formas de colher dados primários, neste caso, de pesca. O monitoramento foi
inspirado nos trabalhos de Van-Vliet et al. (2015) e Tavares-Pinto (2015), ambos realizaram suas
pesquisas sobre as redes de caça de animais selvagens na tríplice fronteira Brasil-Peru-Colômbia.
Devido à quase inexistência de dados secundários específicos para o local os trabalhos de campo
realizados na Vila de Copatana foram cruciais para a pesquisa e o entendimento dos processos que
ocorrem. Ao final da pesquisa chegou-se à conclusão de que a rede comercial da pesca e o urbano no
Amazonas está totalmente interligado desde a Vila de Copatana, no município de Jutaí, às cidades
como Tabatinga e Manaus ou outras cidades fora do estado e do país por meio de diversas redes
comerciais de pesca.
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