O guaranazeiro (Paullinia cupana Kunth) é uma planta com elevado conteúdo de cafeína e compostos antioxidantes, como catequina e epicatequina. Devido à importância econômica do guaraná para o Estado do Amazonas estudos tem buscado o aumento da produtividade. O controle de plantas daninhas é uma das práticas de manejo mais trabalhosas e que mais impacta a produtividade, sendo a adoção de herbicidas uma alternativa viável, no entanto, a deriva de aplicação de herbicidas pode causar prejuízos à cultura de interesse. Esse trabalho teve como objetivo avaliar as respostas fisiológicas e de produção de frutos de plantas adultas de guaranazeiro após serem expostas a diferentes concentrações de deriva simulada de glifosato (equivalente a 57,6; 115,2; 230,4; 460,8 g i.a. ha-1). Sete dias após a aplicação dos tratamentos, foram feitas avaliações foliares quanto ao teor de pigmentos, fluorescência da clorofila, índice SPAD, conteúdo de malondialeído, proteínas, compostos fenólicos totais, aminoácidos, polifenóis e metilxantinas nas folhas. Também foram avaliados os efeitos diferenciais do glifosato na produção de frutos e de compostos secundários de interesse econômico desta cultura. O glifosato causa efeitos leves na fisiologia de plantas adultas, mas são reversíveis e não causam alterações na produção e no conteúdo de metabólitos importantes podendo ser considerado como uma alternativa para o controle de plantas daninhas sem causar prejuízos a esta espécie. Adicionalmente, ao longo de dois meses da produção escalonada de frutos foi determinada a quantidade de frutos maduros colhidos por planta e cinco momentos de colheita foram quantificados os metabólitos de interesse comercial como cafeína, teobromina, teofilina, catequina e epicatequina com o intuito de se obter melhor aproveitamento desses compostos durante a safra e observou-se que elas podem aumentar ou diminuir ao longo do período da colheita. A quantidade de frutos colhidos tende a aumentar no fim da safra, tornando-se mais homogênea e menos frequente e os metabólitos secundários não acompanham a produção de frutos.
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