Dissertação

Violência psicológica no casal: gênero, cultura da honra e regulação emocional

Trata-se de uma pesquisa qualitativa e quantitativa com o objetivo de investigar a ocorrência da violência psicológica por parceiro íntimo, em seu caráter relacional, levando em consideração a influência de estereótipos de gênero, a cultura da honra e a regulação emocional nas experiências de relaci...

ver descrição completa

Autor principal: Alencar, Roberta Braga de
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/8971778242361900
Grau: Dissertação
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2019
Assuntos:
Acesso em linha: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7111
Resumo:
Trata-se de uma pesquisa qualitativa e quantitativa com o objetivo de investigar a ocorrência da violência psicológica por parceiro íntimo, em seu caráter relacional, levando em consideração a influência de estereótipos de gênero, a cultura da honra e a regulação emocional nas experiências de relacionamentos abusivos, tomando como referencial teórico os pressupostos da Psicologia Histórico-Cultural. A metodologia de pesquisa propôs a construção de dados através de instrumentos disponibilizados em plataforma online, contendo questões fechadas sobre relacionamento abusivo, cultura da honra e controle das emoções, questionário sócio demográfico e uma pergunta aberta sobre relacionamento amoroso, consistente em um relato de experiência. Os dados qualitativos provenientes da pergunta aberta foram avaliados com base na Análise de Discurso. Sobre os dados quantitativos, foram realizadas análises inferenciais de Correlação através do r de Pearson para estudar a relação entre os diversos fenômenos, com o intuito de compreender a interação que os mesmos apresentam. Pretendeu-se, com isso, identificar quais características estão relacionadas à presença de relacionamentos abusivos e como estes se constituem no discurso dos participantes. De maneira geral, os discursos revelaram diversas modalidades de violência psicológica no casal, tais como ameaça, xingamento, humilhação, ser traído, ser acusado de traição, vigilância, indiferença e criticismo, e apresentaram-se permeados por formações ideológicas machistas. As análises quantitativas não encontraram diferenças entre a situação de sofrer e a de praticar violência em função do sexo, bem como revelaram que a violência é bidirecional em 61% dos casos. Sofrer violência psicológica correlacionou-se com a prática de todas as demais formas de abusos e a violência física sofrida foi o maior indicador de presença de abusos psicológicos. Preocupações com a honra e a supressão emocional moderaram a relação com a violência psicológica, sendo que as preocupações com a honra apresentaram efeito moderador inverso, ou seja, quanto maior o nível de aderência às normas típicas da cultura da honra, maior a probabilidade de o sujeito responder com abuso psicológico às experiências de violência psicológica sofridas. Ao considerar a supressão emocional, observou-se redução na propensão dos indivíduos a revidarem um comportamento de abuso psicológico.