A presente pesquisa visa contemplar o estudo da temática do duplo nos contos “Tigrela”, “WM” e “A mão no ombro”, presentes no livro Seminário dos Ratos (1977), da autora brasileira Lygia Fagundes Telles. Foi realizada uma análise bibliográfica acerca do duplo nos mitos cosmogônicos, dentro da literatura fantástica e em sua trajetória na literatura através dos séculos, que culminou na ideia de fragmentação do eu correlacionada aos estudos psicológicos em voga no século XIX. Foram analisados os três contos citados buscando compreender de que forma o duplo foi trabalhado pela autora em cada um deles. Em “Tigrela” é possível compreender o duplo a partir de quatro perspectivas: da animalidade, como uma alegoria a um relacionamento abusivo, a uma questão de homossexualidade não declarada e ao duplo perseguidor. Em “WM”, a compreensão do duplo reafirma o que o psicanalista Otto Rank aprofundou, sobre o duplo como negação da morte, não do protagonista, mas do objeto de afeto. Em “A mão no ombro”, o duplo se manifesta nos cenários e no tempo trabalhado na narrativa, um tempo próprio, além de também usar o duplo como negação da própria morte. Assim, percebeu-se que o duplo na obra de Lygia Fagundes Telles é trabalhado com significações variadas.
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