O estudo teve o objetivo de analisar o trabalho sexual feminino através da perspectiva da geração de profissionais que iniciaram sua prática nos anos 70 e 80, onde boa parte delas permanece no comércio sexual, com mais de 30 anos de profissão. Assim, o estudo pretende considerar a percepção das permanências e rupturas no universo do comércio sexual através do olhar das profissionais, bem como suas memórias, sociabilidades e resistências. Trabalhamos com fontes orais e alguns jornais da época que deram o suporte para que conseguíssemos compreender um pouco do universo pesquisado e os sujeitos que compõem um mundo permeado de estereótipos. Nossa intenção não foi dar a voz a estas mulheres, porque elas são perfeitamente capazes de dar sentido as suas trajetórias, mas de possibilitar que a fala delas nos mostre um pouco desse universo estigmatizado, com a finalidade de romper preconceitos, especialmente no tocante às mulheres que são oriundas das classes populares e trabalhadoras sexuais. Nosso intuito também foi entender as reais demandas da categoria e de que forma se organizam para responder a essas questões que no dia a dia influenciam sua prática cotidiana, desde o acesso às políticas públicas, a luta pela regulamentação da profissão e rupturas com ciclos de violência em suas múltiplas expressões exercidas sobre elas e as mulheres de modo geral.
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