O estudo tem em seu núcleo propositivo identificar o campo social estabelecido entre os Freis Capuchinhos, oriundos da Úmbria na Itália, e os indíos da etnia Tikuna residentes na Aldeia Indígena de Belém do Solimões, em Tabatinga-AM, ressaltando suas abordagens e estratégias a fim de tornar seus preceitos científicos, suas vocações e suas atividades mais eficientes. Como objetivos específicos houve o levantamento histórico acerca da chegada dos Capuchinhos ao Amazonas, posterior deslocamento à Aldeia de Belém do Solimões, em Tabatinga-AM e a criação e implantação do MUMA – Museu Missionário Índios em Assis (Itália), ampliando o conhecimento sobre as práticas socioculturais e religiosas estabelecidas interculturalmente entre os Freis Capuchinhos e os Índios Tikuna e identificando os impactos socioculturais e estruturais na região de Belém do Solimões após a chegada dos religiosos. Portanto, a idéia foi maximizar o entendimento acerca do fenômeno das trocas entre as duas sociedades, analisando as práticas socializadoras nas suas dimensões moral, estética, política e econômica, para melhor compreendê-la e contextualizá-la na atualidade, a partir do discurso do campo social de Bourdieu (1983), segundo o qual dentre outras coisas, se define por objetos de disputas de interesses específicos que são irredutíveis aos objetos de disputas e aos interesses próprios de outros campos. Esta se ancora numa abordagem qualitativa, amparada principalmente na análise documental e bibliográfica, utilizando o desenho metodológico do tipo exploratório e descritivo, contando com o auxílio do uso das técnicas de pesquisa bibliográfica, documental e de observação. Tem-se como perspectiva de resultados, a relevância da história e da memória dos Capuchinhos e Tikuna como protagonistas de um encontro secular que engloba as posições sociais de um mesmo espaço social que possuem parâmetro de regras relacionadas umas com as outras, a partir dos diferentes capitais acumulados, como as riquezas do capital econômico, geradas a partir do acúmulo da cultura legítima, ou seja, o capital cultural/social, advindo do pertencimento a um determinado grupo social.
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