Nessa dissertação apresento os resultados de uma investigação sobre os conhecimentos indígenas Desana do Alto Rio Negro, que se autodenominam Ʉmʉkori Mahsã. Seu foco recai sobre o gaapi e suas conexões na vida social e cosmológica, e será aqui tratado nos seus mais diferentes sentidos e aspectos. No trabalho, apresento os ensinamentos que eu recebi no contexto da vida na aldeia, no amanhecer, no caminho da roça, na pescaria e também aquilo que eu ouvi em dias de cerimônias de gaapi. Analiso as histórias de origem do gaapi e dos seus personagens míticos, especialmente Abe e Bʉhpo, os diferentes tipos da planta, cultivadas e não cultivadas; as formas de preparação, seus usos rituais, os efeitos e a importância dos especialistas, o kumu, o baya e o yai, em todo o processo. Apresento ainda o gaapi no contexto da iniciação dos jovens, dos cantos/danças (no dabucuri) e como seus participantes acessavam outros mundos de conhecimentos nos rituais. Ao fim, falo ainda da minha visão sobre o uso da bebida no contexto urbano em Manaus. Para falar de todos esses temas, utilizo nessa dissertação o desenho como ferramenta metodológica que acompanha e complementa o texto.
Palavras-chaves: Desana; gaapi; ayawaska; Alto Rio Negro; conhecimentos
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